sábado, 21 de julho de 2012

RedeTV! está em crise – e ainda pode piorar


Quem mais vende horário para as igrejas
é a Rede TV!, com 46 horas semanais,
o que corresponde a 27% da programação.
 

reprodução - web

A perda do programa humorístico Pânico na TV!, anunciada nesta quinta-feira, é o resultado mais claro (até agora) da crise financeira atravessada há tempos pela RedeTV!, garantem funcionários da companhia. De acordo com eles, a maneira como a empresa vinha cuidando das contas e lidando com os colaboradores já não tinha graça há tempo.
A emissora perdeu o programa depois de ter atrasado quatro meses de salário de todos os participantes, inclusive da apresentadora Sabrina Sato, dona de um dos três salários mais altos da RedeTV! e estimado em cerca de 150.000 reais mensais. O atraso de pagamento era o mesmo sofrido pelos demais apresentadores e produtores dos programas feitos pela emissora.
“Os demais funcionários vem recebendo salários atrasados e divididos em porcentagem desde setembro”, afirmou um produtor da emissora. “Cerca de 20% do quadro de funcionários já foi reduzido, porque as pessoas cansaram de trabalhar sem receber.”
O esquema de atraso de salário atingiu até a apresentadora Luciana Gimenez, mulher de um dos sócios da emissora. Depois de sua situação se tornar conhecida no mercado, Luciana foi sondada para assinar contrato com as concorrentes Band (a nova casa do Pânico na TV!) e Record. “A Gimenez está prestes a assinar com a Band, o que seria um grande baque para a emissora”, disse uma pessoa próxima da apresentadora. A informação foi checada por EXAME.com com mais duas fontes a par da situação.
Procurada, a emissora não deu nenhuma posição até a publicação desta matéria.
Mais crise
Uma eventual saída de Luciana Gimenez seria mais um duro golpe na situação da Rede TV!. Isto porque, segundo estimativas do mercado, o programa SuperPop!, comandado por ela, representaria quase 30% do faturamento da emissora. O humorístico Pânico na TV!, programa com maior audiência do canal, com picos de 15 a 16 pontos, equivaleria a 40%.
“Sem os dois, a RedeTV! teria um faturamento inviável, já que há anos a emissora tem uma infraestrutura precária”, disse uma ex-funcionária da empresa. Segundo ela, ambientes sem café, nem água e equipamentos insuficientes são cenários habituais nos bastidores.

Dívida trabalhista
No ar desde novembro de 1999, a RedeTV! foi criada pelos empresários Amilcare Dallevo Junior, marido da apresentadora Daniela Albuquerque, e Marcelo de Carvalho, marido de Luciana Gimenez. Os dois compraram as cinco concessões da extinta Rede Manchete (há boatos de que hoje Amilcare, sócio majoritário, negocia a compra das ações do sócio).
Além do direito de transmissão, os sócios também levaram para casa os passivos trabalhistas da antiga emissora, estimados em 100 milhões de reais – há anos a empresa lutava na Justiça para não ser responsabilizada pelo pagamento do FGTS de funcionários da emissora adquirida.
Porém, segundo nota da coluna de Lauro Jardim, uma decisão judicial publicada em 25 de janeiro determinou que a responsabilidade seria sim da RedeTV! e o pagamento deveria ser depositado em no máximo dez dias “sob pena de bloqueio de contas bancárias ou diretamente junto aos anunciantes”. Em resposta, a emissora afirmou que uma decisão judicial já transitada no STJ é capaz de reverter esta e outras decisões recentes que a coloca como sucessora de débitos da Manchete.
Gestão questionável
A maneira de gerir a emissora é também apontada como pouco profissional pelas fontes. De acordo com elas, os dois sócios não tem um pró-labore fixo, já que acabam retirando recursos do caixa da emissora de acordo com suas necessidades pessoais.
Além disso, a grande maioria dos profissionais da casa que recebem mais de 8.000 reais de salário é pago como pessoa jurídica, prestadores de serviço. “Algumas dessas pessoas eram registradas e foram coagidas a pedir demissão para entrarem no sistema de pessoa jurídica”, afirma uma ex-funcionária. “Os que recebem menos que isso ainda tem registro em carteira, mas a emissora não deposita o FGTS deles, nem paga o proporcional a férias.”
A transgressão dos bastidores da emissora para a imprensa nos últimos dias incluem reclamações públicas de funcionários e notas em veículo de celebridade. Um dos exemplos é o da apresentadora Rita Lisauskas. Em dezembro ela escreveu em seu Facebook: “Queria só entender como tem "empresário" que consegue colocar a cabeça no travesseiro e dormir, sabendo que há centenas de profissionais sem salário há no mínimo dois meses bem na semana do Natal”. Como a emissora respondeu? Demitiu a profissional na mesma tarde. 
Exame-Abril

'Falta coragem para enfrentar a ditadura gay'


reprodução - web

Autor da proposta de criação do Dia do Orgulho Heterossexual, o vereador evangélico Carlos Apolinário garante que não tem nada contra os homossexuais, só combate o que classifica como privilégios da opção sexual: 'Eles querem ser uma categoria especial de pessoas'

Ele figura na lista dos dez brasileiros mais homofóbicos, já propôs a criação do Dia do Orgulho Heteressexual, mas o vereador paulistano Carlos Apolinário, do PMDB, garante que não tem nenhum preconceito contra gays. “O que eu não aceito é alguém querer se esconder atrás de sua opção sexual”, afirma.

Evangélico, Apolinário é um dos apoiadores da Marcha para Jesus, que aconteceu nesta cidade e é o evento que mais rivaliza com a Parada Gay. Ele recebeu o site de VEJA para explicar, afinal, qual é a sua posição em relação aos homossexuais: “Eu combato os privilégios. O dia em que os gays lutarem por leis que valham tanto para eles quanto para os heterossexuais, eles terão muito mais sucesso.”
Confira os principais trechos da entrevista:
O senhor é homofóbico? De maneira nenhuma. Pode procurar, você não vai encontrar uma única declaração minha em que eu desrespeite a figura humana do gay.
Então por que o senhor está na lista dos dez mais homofóbicos do Brasil? Porque eu combato os excessos deles. Não acho que eu tenha o direito de ir à piscina coletiva do meu prédio, ou a um restaurante, e ficar dando beijos exagerados ou acariciando a minha mulher em público. Se um heterossexual agir dessa maneira, vão chamar a polícia e ele pode ser enquadrado por atentado violento ao pudor. Mas se chamarem a atenção de duas pessoas do mesmo sexo que estejam se beijando excessivamente dentro de um restaurante, por exemplo, eles acusam quem os repreendeu de homofobia.
Os gays não podem demonstrar afeto? Podem, mas dentro do razoável. Se eles chegam de mãos dadas num restaurante, por exemplo, é razoável. O que eu combato é o excesso, que muitas vezes eles adotam não por amor, mas para chocar, confrontar a sociedade, para dizer: ‘vocês têm que nos engolir’. Como diz o Agnaldo Silva, autor de novelas da Globo, o gay no Brasil é folgado. Não é o Apolinário quem está dizendo, é o autor da novela Fina Estampa. E eu concordo com ele, apesar de acreditar que nem todos sejam assim.
Por que o senhor propôs a criação do Dia do Orgulho Heterossexual? Meu objetivo era o de levantar o debate em relação aos privilégios dos gays.
Privilégios? Em geral os gays reclamam de que são perseguidos... Pois eu digo que hoje eles são cada vez mais protegidos. A OAB está fazendo um verdadeiro tratado a favor dos gays, a ONU está preocupada com eles, o mundo está preocupado com os gays. Parece que vamos ter dois mundos: um antes e outro depois dos gays.
E os casos de violência contra homossexuais? Essa é uma mentira das maiores que tem. Aqui em São Paulo, por exemplo, o único lugar onde tem havido esse problema é na Avenida Paulista, de vez em quando. Mas eu não tenho tomado conhecimento de outros casos em São Paulo ou no Brasil. O que acontece é o seguinte: se você bate o carro e o cidadão do outro automóvel é heterossexual, o máximo que vai acontecer é uma ocorrência da batida; mas se o motorista do outro carro é gay e acontece uma briga, uma discussão, vai sair no jornal “motorista bate em casal de gays”. A briga não aconteceu em função da opção sexual, mas eles transformam nisso.
Os gays se dizem discriminados... Pelo contrário. Eu não conheço um único restaurante em São Paulo que proíba a entrada de gay. Não conheço nenhuma igreja católica, evangélica ou espírita que proíba a entrada de gay. Eu, que sou evangélico, já sofri muito preconceito. Quando era criança, na escola, zombavam de mim. Eu levava a Bíblia escondida dentro da blusa, quando ia para a igreja, para não ser gozado. Eu sei o que é o preconceito. Hoje, vale a pena dizer que é gay. Virou um escudo. Estamos na seguinte situação: se um gay furar a fila no supermercado, é melhor deixar ele lá. Porque se você for brigar, vão dizer que você é homofóbico.
O que o senhor acha da proposta de emenda constitucional do deputado Jean Wyllys, que permite o casamento gay? Se eu estivesse no Congresso, votaria contra. Só que eu vivo em um país democrático. Mesmo que eu seja contrário, se o Congresso aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, vou respeitar a lei. O que não significa que vou passar a ser favorável a isso. São coisas diferentes. Continuarei acreditando que o casamento deve acontecer entre um homem e uma mulher. Mas mesmo sendo contrário, eu respeito, se essa for a vontade da sociedade. E isso nós não sabemos, porque o casamento foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal e não pelo Congresso Nacional.
O STF não tem poder para decidir a questão? Na minha opinião, não. Essa matéria deveria ser discutida por deputados e senadores e, uma vez aprovada, teria de ser sancionada pela presidente da República. São etapas necessárias para que a sociedade amadureça a ideia. Ao decidir daquela forma, o Supremo legislou no lugar do Congresso e isso é errado.
Por que o STF assumiu o papel do Congresso Nacional nessa questão? Porque o STF está sendo acionado pelos gays para se pronunciar. Eles têm pressa, querem acelerar esse processo. A maioria do Congresso Nacional, hoje, não quer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, nem aceita a adoção de crianças por casais de homossexuais. Só que os gays querem enfiar isso tudo goela abaixo do Congresso e da sociedade. Os gays precisam aprender a conviver com quem não concorda com eles. Eles têm de se acostumar ao fato de existirem pessoas que continuarão contrárias ao casamento gay, mesmo que ele seja aprovado. É um direito individual, e a democracia me dá o direito de me expressar. Mas eles não aceitam isso. Eles querem a lei da mordaça, querem ser uma categoria especial de pessoas. E é contra isso que eu luto. Se ninguém falar nada, vai chegar o tempo em que os jornais não poderão mais fazer reportagens sobre os gays porque a lei vai proibir. Eles querem calar a sociedade e ninguém tem coragem de enfrentá-los.
Thais Arbex - veja

Demóstenes responderá a procedimento administrativo no retorno ao cargo de procurador do MP de Goiás


reprodução - web

Procurador de carreira, o ex-senador goiano Demóstenes Torres (sem partido) deverá enfrentar um procedimento disciplinar no Ministério Público de Goiás, do qual estava licenciado desde 1999.

Em nota divulgada na tarde do dia 11/07, a Corregedoria-Geral do ministério informou que aguardava apenas a publicação da decisão do plenário no Diário do Senado para instaurar um procedimento disciplinar a fim de apurar se Demóstenes cometeu eventual falta funcional. Nenhum procedimento foi instaurado porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não atingiram sua atuação como membro do Ministério Público. A decisão do plenário está publicada na edição desta quinta-feira do Diário do Senado.

Acusado de ter beneficiado a organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado no dia 11/07 por quebra de decoro parlamentar. Foram 56 votos contrários à permanência dele no cargo, contra 19 favoráveis e 5 abstenções. Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027.

A licença de Demóstenes perdeu o efeito tão logo a decisão do Senado foi publicada. Demóstenes voltou a atuar na Procuradoria de Justiça, onde receberá um salário de R$ 22 mil, sem considerar os benefícios do cargo de procurador.

Além disso, mantido o vínculo com o MP-GO, Demóstenes continuará detendo foro privilegiado por prerrogativa de função. Assim, o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do ministério antes do julgamento, poderá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.

A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também está apurando o suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, com o grupo de Carlinhos Cachoeira. O procurador é irmão de Demóstenes.

Talita Cavalcante - Agência Brasil

Poder de prefeituras e falta de cultura política anulam funções de vereadores


reprodução - web

Os 68.544 vereadores que serão eleitos no dia 7 de outubro por cerca de 140 milhões de eleitores em 5.568 municípios terão a tarefa de fiscalizar as prefeituras municipais, além de criar e modificar leis restritas às cidades. Cabe a eles verificar, por exemplo, como o dinheiro público é aplicado e criar ou alterar o plano diretor de ocupação urbana de sua cidade.
Podem se candidatar a vereador os maiores de 18 anos que tenham título de eleitor há mais de um ano no município onde pretendem disputar o cargo e sejam filiados a um partido político há mais de um ano das eleições.
Apesar de estar definido em lei quem pode se candidatar qual é a missão dos eleitos, especialistas ouvidos pelaAgência Brasil afirmam que a função do vereador está desvirtuada por pelo menos dois motivos. O primeiro está no fato de muitas prefeituras cooptarem os vereadores por meio da distribuição de cargos na administração local e do uso do dinheiro público. O segundo fator, relacionado e influenciado pelo primeiro, é a falta de cultura política do eleitorado, que não acompanha o trabalho dos vereadores depois de empossados.
“A função das câmaras de Vereadores foi esvaziada. Os vereadores não cumprem seu papel, não fiscalizam. Quem legisla, de fato, é o [Poder] Executivo. [As prefeituras] não têm importância nenhuma para o eleitor”, critica Cláudio Abramo, do site Transparência Brasil. “Os prefeitos 'compram' suas bases por meio da distribuição de cargos”, lamenta.
O cientista político Fábio Wanderley dos Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais tende a concordar com Abramo. “Não tem nada que aconteça de relevante [nas câmaras de Vereadores]. O poder foi posto de lado e depois jogado fora”, disse Wanderley, ao comentar que vereadores “se ocupam mais em mudar nome de rua” ou escolher pessoas para prestar homenagem em sessões especiais.
O advogado Walter Costa Porto, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e historiador especializado em eleições no Brasil, porém, tem visão mais positiva dos vereadores e diz que eles participam da administração municipal. Costa Porto reconhece, porém, que o sistema de votação proporcional dentro de coligações partidárias cria uma disfunção grave. “O eleitor não sabe para onde vai seu voto. Ninguém conhece as listas partidárias. Vota em um candidato a vereador e elege outro.”
A representação local – câmaras dos Vereadores – é o sistema de eleitoral mais antigo do Brasil. Segundo Walter Costa Porto, a primeira eleição para os “conselhos da câmara” ocorreu em 1.535 vilas no interior do que hoje é o estado de São Paulo.
Para ele, apesar da antiguidade, o sistema eleitoral, associado ao desinteresse e desconhecimento dos eleitores, “faz da democracia no Brasil um simulacro [imitação]”. O problema se agrava com a impunidade concedida pelos próprios eleitores. “Falta educação cívica. Ninguém é punido pelo voto”, diz o advogado, ao salientar que é comum os eleitores esquecerem para quem foi seu voto para vereador, assim como para deputado estadual e deputado federal.
“O grau de politização é muito baixo. Muitos eleitores votam por obrigação” e “há uma crise de confiança no Legislativo”, afirma Carlos Eduardo Meirelles Matheus, líder do Comitê de Opinião Pública da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Abep) e ex-diretor do Instituto Gallup de Opinião Pública.
Apesar de crítico, Matheus ressalta que os vereadores exercem o mandato como “intermediários” entre os eleitores e a prefeitura. “Nas cidades maiores, eles trabalham pelos bairros e encaminham solicitações”. Ele diz que a proximidade dá “um pouco mais de transparência” aos mandatos dos vereadores.
De acordo com o site Transparência Brasil, o custo de funcionamento do Poder Legislativo no Brasil (câmaras de Vereadores, assembleias legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal) é, em média, R$ 115,27 por ano para cada um dos brasileiros que moram nas capitais. O valor varia de cidade em cidade.
“A Câmara de Vereadores mais cara por habitante é a de Palmas, capital do Tocantins, que custa anualmente R$ 83,10 para cada morador da cidade. A mais barata é a da capital paraense, Belém, com R$ 21,09 por ano”, descreve o site, que também monitora as propostas e votações nas duas maiores câmaras de Vereadores do país: São Paulo e Rio de Janeiro.

Gilberto Costa - Agência Brasil

Presidente da TIM Fiber diz que 'ninguém é obrigado a ficar na TIM'


reprodução - web

TIM não é a pior operadora do País e não compreendeu os critérios da Anatel para chegar a essa conclusão, disse ontem presidente da TIM Fiber, Rogério Takayanagi, que falou em nome da TIM Brasil. Ele classificou como "drástica" a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de suspender as vendas de novas linhas da empresa em 18 Estados e no Distrito Federal a partir de segunda-feira.
Para o executivo, a competição entre as operadoras força a regulação do mercado. "A TIM, neste momento, é a única operadora que não tem nem fidelização, subsídio ou contrato para a pessoa ficar (na operadora). Então a pessoa só fica na TIM porque ela quer. Ninguém é obrigado a ficar na TIM", afirmou o executivo.
Segundo ele, a operadora investe R$ 3 bilhões por ano para melhorar a qualidade do serviço, principalmente para segurar o cliente. "O cliente pode ir para outra operadora na hora que ele quiser." O executivo reconheceu que há falhas na cobertura da TIM e atribuiu os problemas, principalmente, ao crescimento rápido do serviço. "Uma rede de celular em um País que cresce como o Brasil é normal que funcione hoje, mas aí, quando constroem um prédio do lado da sua casa ou um shopping novo, o volume de tráfego é maior. Obviamente, a rede para de funcionar e o nosso trabalho é colocar uma nova antena perto da sua casa", disse.
A TIM entrou ontem com um mandado de segurança contra a decisão da Anatel para tentar evitar a suspensão das vendas. Segundo Takayanagi, a "esperança" da empresa é obter uma decisão favorável na Justiça antes de segunda-feira. Mas, se não for possível, a TIM respeitará a decisão do órgão. "O mandado de segurança não é uma afronta à agência. É uma tentativa de defender a operação", disse.
O superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, disse ontem que o encontro com a diretoria da TIM na quinta-feira foi "tenso". "Eles acham que não deveriam ser punidos", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Mensalão: em sua defesa, Dirceu usa o nome de Dilma e de outros companheiros


reprodução - web

Chefe da quadrilha dos mensaleiros alega ao STF ser um 'bode expiatório' no processo. E usa depoimentos de petistas ilustres para fomentar a sua defesa




Apontado pela Procuradoria-Geral da República como o chefe da quadrilha dos mensaleiros, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu tenta convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de que é uma espécie de "bode expiatório" e que o Ministério Público Federal quer condená-lo pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha apenas para que ele sirva de “exemplo” à classe política. O julgamento do maior escândalo de corrupção da história da República brasileira começará em agosto.
De acordo com a denúncia, Dirceu foi o mentor do esquema de compra de votos e, utilizando-se de sua posição no governo e da liderança que exercia sobre o núcleo político, foi quem determinou as ações necessárias para o sucesso das operações. A defesa do ex-ministro, coordenada pelo criminalista José Luís de Oliveira Lima, tenta desqualificar o Ministério Público - e, por meio de declarações de petistas graduados, tenta limpar a imagem de Dirceu diante do STF. Os advogados do ex-ministro rechearam a defesa de frases de petistas que saíram em defesa de Dirceu à época do escândalo. Até mesmo a presidente Dilma Rousseff é citada.
“Acho Dirceu uma pessoa injustiçada. Tenho pelo ministro grande respeito”, afirmou Dilma enquanto ainda ocupava a chefia da Casa Civil no governo Lula - cargo para o qual ela foi conduzida após a queda de Dirceu em meio ao escândalo do mensalão. Lula também elogiou Dirceu em depoimento, por escrito, anexado à ação penal do mensalão. “Desconheço qualquer fato desabonador sobre José Dirceu, que lutou pela democratização do Brasil, pagando com o exílio”, relatou. “(Dirceu) É um quadro político de grande relevância no cenário nacional”, completou o ex-presidente.
Desde que deixou o governo, o ex-presidente Lula se empenha em apagar da história o capítulo do mensalão. Durante algum tempo, ele repetiu a tese de que o mensalão não passou de caixa dois, que, na visão dele, seria um crime menor e corriqueiro na política brasileira. Mais recentemente, porém, Lula abandonou a tese do caixa dois e se entregou à pregação messiânica de que o mensalão foi uma grande farsa tramada contra ele por setores da oposição e da imprensa. O esforço para reescrever a história é tão grande que o ex-presidente patrocinou a criação da CPI do Cachoeira, estabelecendo como objetivo explícito criar um fato novo capaz de enfumaçar o julgamento do mensalão pelo Supremo. A estratégia, contudo, falhou.
As avaliações pessoais de Dilma e Lula constam de uma lista de mais de 70 depoentes que a defesa anexou às alegações finais, na tentativa de minimizar a imagem de homem forte do governo que Dirceu ostentava no primeiro mandato de Lula - e assim desqualificar as alegações do MP sobre seu papel como articulador do esquema de compra de parlamentares.
Os argumentos em favor do ex-chefe da Casa Civil chegam ao ponto de revelar que os pais do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos foram padrinhos de casamento dos pais de Dirceu. Thomaz Bastos, que ocupará a tribuna do STF como advogado do banqueiro José Roberto Salgado, relembra no depoimento anexado ao processo que, nos anos 80, colocou o patriarca da família para atuar como cabo eleitoral de Dirceu, na época candidato a deputado estadual. “Pedi ao meu pai, que nessa época já tinha quase 90 anos, que trabalhasse para o Zé Dirceu e ele ficou lá entregando o nome do José Dirceu para aquelas velhinhas que iam votar”, afirmou.
Atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo foi o responsável, quando comandava a articulação política de Lula, por fazer uma apuração “informal”, ainda em 2004, sobre a existência do mensalão. Ao comentar em depoimento suas impressões sobre Dirceu, afirmou: “É um homem que dedicou sua vida à luta do povo brasileiro em defesa da democracia e da liberdade. Pagou preço alto por isso, foi preso, foi exilado e voltou como um combatente da luta pela democracia”.
Fatos
Em seu depoimento, o operador do esquema, Marcos Valério, contou que, segundo Delúbio Soares, o então ministro José Dirceu e o então secretário do PT Silvio Pereira tinham conhecimento e davam garantia aos empréstimos que seriam forjados entre as empresas do publicitário e o partido. Em seu depoimento, Roberto Jefferson disse que todos os acordos entre os partidos tinham que ser ratificados pela Casa Civil de José Dirceu, "presidente de fato " do PT. Para a Procuradoria-Geral da República, uma das mais relevantes evidências do envolvimento de Dirceu é uma reunião realizada na Casa Civil entre Dirceu, Marcos Valério, Delúbio Soares e o presidente do Banco Espírito Santo no Brasil, Ricardo Espírito Santo. Antes desse encontro, Marcos Valério, Rogério Tolentino e Emerson Palmieri – também integrantes de quadrilha – haviam feito uma viagem a Portugal para se reunir com o presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta. O objetivo da comitiva era conseguir recursos para cobrir dívidas do PT e do PTB. Durante as conversas, foi levantada a possibilidade - não concretizada - de a Portugal Telecom fazer uma doação de 8 milhões de euros.
José Dirceu acompanhou as negociações do grupo Portugal Telecom, com a intervenção do Banco do Espírito do Santo, para a aquisição da Telemig. Outro fator que denuncia a relação entre Dirceu e Marcos Valério são os favores concedidos pelo publicitário ao ex-ministro. Valendo-se de sua influência junto aos bancos Rural e BMG, Valério atendeu a interesses da ex-mulher de Dirceu, Maria Ângela Saragoza, que queria vender seu imóvel, obter um empréstimo e arrumar um emprego.
Os ataques à peça acusatória do Ministério Público são frequentes nos argumentos da defesa de Dirceu.
Laryssa Borges - veja

quarta-feira, 18 de julho de 2012

TIM, Oi e Claro terão vendas interrompidas, em vários estados, a partir de segunda-feira


reprodução - web

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou hoje (18) que a partir de segunda-feira (23) estará suspensa a comercialização de linhas de telefonia celular e internet em 19 estados para a operadora TIM, cinco estados para a Oi e três para a Claro. A liberação da venda está condicionada à apresentação de um plano de investimentos em até 30 dias para a Anatel, que deve tratar principalmente da qualidade da rede, completamento de chamada e diminuição de interrupção de serviços.
“Embora seja medida extrema, é importante para fazer uma arrumação do setor. Queremos que empresas deem atenção especial à qualidade da rede”, disse o presidente da Anatel, João Rezende. Ele também argumentou que o aumento do número de clientes deve ser acompanhada do aumento da qualidade dos serviços. As empresas que não cumprirem a decisão de suspensão das vendas deverão pagar multa de R$ 200 mil por dia.
Cada estado terá apenas uma operadora suspensa. Para a Claro, haverá suspensão em Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Para a operadora Oi, a proibição vai ser nos estados do Amazonas, Amapá, de Mato Grosso do Sul, Roraima e do Rio Grande do Sul. Na Tim, não poderão ser feitas novas vendas no Acre, em Alagoas, na Bahia, no Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, em Minas Gerais, Mato Grosso, no Pará, na Paraíba, em Pernambuco, do Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, em Rondônia e no Tocantins.

As operadoras Vivo, Sercomtel e CTBC também deverão apresentar plano nacional, mas sem a suspensão dos serviços. Caso contrário, poderão sofrer uma ação da Anatel que, em último estágio, acarretará a suspensão dos serviços.

Sabrina Craide