sábado, 20 de outubro de 2012

Jatinho transporte para ministros do STF


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Numa discussão com Gilmar Mendes na quarta-feira Ricardo Lewandowski bradou: “Não sou aluno de Vossa Excelência. Sou professor na mesma categoria”. De fato, Lewandovski dá aulas. Ele é professor da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro.
Lewandovski e seu colega de STF, Dias Toffoli. Frequentemente, a rota Brasília- Rio é vencida pela afinada dupla a bordo de jatinhos executivos pagos pela universidade, um oferecimento especialíssimo do ex-reitor Marcio Costa. Ou melhor, nem sempre pagos.
Uma empresa de taxi-aéreo está cobrando da Galileo (dona da Gama Filho) uma fatura de 159 000 reais em atraso há quase seis meses por cinco voos realizados entre março e maio justamente por Toffoli (e por sua namorada, Roberta Rangel que, aliás, não é professora da universidade) e Lewandovski,.
Os valores que não foram quitados
Lauro Jardim - Veja

Dilma ofende eleitores e candidatos em seus discursos

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O pior é que Dilma Rousseff, em Salvador, também anuncia que pode rasgar a Constituição… Ou: Presidente ofende os eleitores soteropolitanos

Não! Dilma Rousseff não nega o barro de que é feita. Se Lula chantageou os eleitores no ABC paulista e anunciou que vai incitá-la a cometer crimes, ela mesma se encarregou de ameaçar os eleitores soteropolitanos. Em comício em Salvador, pediu votos para o petista, que disputa o segundo turno com o democrata. Fosse só isso, tudo bem! Leiam trecho de seu discurso, publicado pela Folha, depois de afirmar que o PT tem a “obrigação de ganhar a eleição”:
“Só assim o time vai ficar completo. Assim como tenho um parceiro que é o governador Jaques Wagner [PT], preciso de um parceiro como o Pelegrino na prefeitura.”
O se deve entender daí? Que um prefeito que não seja da base aliada não será um “parceiro”? Seria discriminado? Isso também pode ser entendido como chantagem e anúncio de um crime caso o eleitor não faça o que Dilma quer. Tomara que que os soteropolitanos não caiam na conversa.
É um escândalo que um discurso como esse não possa ser punido pela Justiça Eleitoral. Essa é a mais descarada, desavergonhada e arreganhada forma de usar recursos públicos em favor de um projeto político. Ainda que Dilma não viesse a fazer o que anuncia, a simples expectativa que ela mesma cria de que possa fazê-lo remete à essência do que é um crime eleitoral.
Dilma disse ainda, referindo-se a ACM Neto, que “tem gente que chamou o Bolsa Família de Bolsa Esmola”. Não sei se o candidato democrata disse isso. Duvido. Quem, com certeza, fazia essa afirmação quando estava na oposição (as bolsas foram criadas por FHC) era… Lula. Há filme no Youtube.
A presidente não temeu também a retórica grosseira: “Aqui não pode ter um governinho (…) de gente que discrimina as pessoas”. E se ACM Neto vencer? Como o receberá a presidente se pedir uma audiência: “O senhor é o prefeito daquele governinho?”.
Uma presidente da República que faz um discurso como esse não ofende só um adversário político. Ofende todos os eleitores — e seriam hoje 47%, segundo o Ibope, contra 39% de Pelegrino — que preferem o democrata. Dilma se esquece de que é presidente de todos os brasileiros, inclusive dos que votam em partidos de oposição.
O discurso de Dilma ofende a essência da República. Eis uma das razões por que repudio com energia o petismo e o considero uma mal para a política brasileira.
Reinaldo Azevedo - Veja