sábado, 11 de agosto de 2012

Depois que STF decide, não há a quem recorrer.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, concordou nesta sexta-feira, 10, com a tese do advogado Márcio Thomaz Bastos de que o julgamento do mensalão nessa Corte é uma "bala de prata", onde os réus não terão a chance de recurso. Marco Aurélio, que não compareceu nesta sexta à sessão do julgamento do mensalão para participar do 5º Congresso Brasileiro de Sociedades de Advogados, em São Paulo, lembrou que só três dos 38 réus da ação penal 470 teriam direito a foro privilegiado. Em sua opinião, o processo poderia ser julgado em primeira instância. "É (um julgamento de bala de prata). Depois que o Supremo decide, não há a quem recorrer", disse o ministro aos jornalistas. "Não temos um Supremo de semideuses. Temos homens e mulheres que não podem errar", comentou o ministro durante a palestra.
Mello disse que fez questão de participar do evento, mesmo faltando ao julgamento em Brasília, porque já tinha um compromisso assumido com os organizadores do congresso. O ministro afirmou que solicitou as gravações das defesas dos réus que se apresentaram nesta tarde em Brasília. Durante a palestra, o ministro defendeu que o STF tem de ser uma corte estritamente constitucional. "Não somos afeitos a instruir processos. Não somos afeitos a julgar processos crime", afirmou.
Com uma semana de julgamento e longas sessões diárias, Mello reclamou da dedicação exclusiva do STF ao julgamento do processo do mensalão, deixando para trás outras 900 ações além dos 100 processos semanais que cada ministro recebe. "Eu me sinto exaurido de tanto ouvir", desabafou. "Imagine o quanto é maçante ouvir a mesma coisa uma, duas, três vezes", emendou o ministro, relembrando que outros colegas já cochilaram durante a sessão. Para o ministro, é preciso rever esse modelo de julgamento. "Esse sistema não se coaduna mais. Precisamos conciliar celeridade e conteúdo", propôs.
O ministro revelou que já foi cogitada a possibilidade das sessões extras para garantir o calendário de julgamento do mensalão também pelas manhãs. "Só falta. Eu penso que é impraticável", disse. Na avaliação dele, há grande possibilidade de o ministro Cezar Peluso não conseguir votar e da corte não concluir o julgamento até o primeiro turno das eleições municipais deste ano. "Não sei quando terminaremos esse julgamento", admitiu.
O magistrado defendeu ainda que sejam considerados no julgamento todas as provas levantadas pela CPI do Mensalão, diferentemente do seu colega Celso de Melo. "Você julga considerando o todo e é o que vou fazer", disse. O ministro disse que "se eu fosse leigo daria a contenda por empatada" mas que como magistrado não vai julgar a ação de acordo com as "paixões" políticas. "Não sei qual será o meu voto. Ele será de improviso", adiantou o ministro. Mello disse ainda que deve começar a formular o seu voto a partir do voto do relator, o ministro Joaquim Barbosa, e que espera que o voto já traga a fixação das penas para os casos de condenação. Ao deixar o evento, Mello disse que é preciso votar com serenidade. "Nem parcimônia, passando a mão na cabeça de quem cometeu desvio de atividade, nem justiçamento. Temos de decidir de acordo com o figurino legal", ponderou.
Daiene Cardoso-Estadão

Mensalão - O escândalo que mudou a cara do PT


            
Já com sete anos completos, vivendo dias de glória na austera sala de sessões do Supremo Tribunal Federal, o mensalão tem papel garantido na história: ele marcou em definitivo a vida de um dos maiores partidos do País, o PT, dividindo-a em um "antes" – os tempos da bandeira ética, quando todos os outros partidos eram "farinha do mesmo saco" – e um "depois", em que o exercício do poder matou o sonho e levou aos conchavos e ao antes desprezado "é dando que se recebe".
Essa é, com pequenas diferenças, a impressão de muitos estudiosos da vida partidária do País. Por exemplo, o historiador Lincoln Secco, autor do livro A História do PT: "O episódio dividiu, sim, a história petista em duas partes, porque derrubou o discurso pela ética na política e retirou de cena os principais quadros históricos do partido", diz o historiador da USP. Como ele, o professor de Ética e Filosofia da Unicamp Roberto Romano considera o episódio crucial na vida do partido, mas não o vê como um acidente: "Ele é o coroamento de um longo processo interno que se desenhava muito antes".
E, do ponto de vista ideológico, um terceiro estudioso do assunto, o psicanalista Tales Ab’Sáber, define o episódio como "a instalação do PT na política de direita brasileira". Ab’Sáber pondera, no entanto, que "os demais partidos, inclusive partícipes do próprio mensalão, não têm nada de melhor a oferecer no manejo da política do País".
A turbulência em que mergulhou o partido, naqueles meados de 2005, justifica tais reações. Mal o deputado Roberto Jefferson fez a denúncia, o então poderoso chefe da Casa Civil, José Dirceu, "saiu rapidinho" do governo, como ele sugeriu. O presidente do PT, José Genoino, foi afastado em seguida. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi duas vezes à TV pedir desculpas ao País e dizer-se traído.
Resistência. A oposição, feliz, achava que o petismo estava acabado e que sua volta ao Planalto, no ano seguinte, era inevitável – tanto que nem se arriscou a pedir o impeachment de Lula, achando melhor "vê-lo sangrar".
Essa visão se desmanchou em poucos meses. O tal "muro divisório" do petismo não alterou os humores do eleitorado como se imaginava. A militância encolheu, mas não entregou os pontos. O partido baqueou, mas, à sombra do prestígio de Lula – que conseguiu manter-se acima da crise – reagiu. Não só faturou as eleições presidenciais de 2006 e 2010 como continuou a dividir com o PMDB as grandes bancadas na Câmara. Em 2006 elegeu 83 deputados. Em 2010, saltou para 88. Mais que as denúncias da oposição e da mídia, o que valia eram reações como a do ator Paulo Betti que, em agosto de 2006, sentenciou: "Não dá pra fazer política sem botar a mão na merda".
O Ibope deu números a esses tempos sombrios do partido. Em março de 2003, antes do estrago aprontado por Jefferson, 33% dos eleitores do País diziam ter simpatia pelo PT. O índice foi caindo devagar, bateu no fundo em fevereiro de 2006, com 21% – mas a sigla ainda liderava esse ranking. Em março de 2010 já emplacava de novo os 33%, que mantém até hoje. "O maior custo eleitoral foi a perda da característica ética. Hoje o PT se iguala aos demais. Mas continua sendo o que tem a maior preferência", conclui a diretora executiva do Ibope, Marcia Cavallari.
O sonho e o poder. O que salvou o partido, avisa Secco, "foi o capital social, que lhe deu forças para se recuperar". Mas é uma recuperação apenas como ocupação de poder – pois, do antigo sonho, da pureza ética, poucos se arriscam a falar. "Esse sonho desapareceu muito antes", alerta Roberto Romano. "Nas eleições de 1989, contra Fernando Collor, era fácil ver nas ruas gente paga para agitar bandeiras do PT. A burocracia já pesava mais que a militância."
Para Romano, as origens do mensalão vêm da primeira infância do PT. Dos três grupos que o formaram ainda nos anos 1970, os "realistas", com Lula e José Dirceu à frente, venceram os católicos e os trotskistas. E Lula, ironiza ele, "aprendeu a fazer política e concessões com o patronato". Em 2002, a Carta aos Brasileiros – garantia dada "ao mercado" de que, se eleito, respeitaria as regras e contratos – "foi a capitulação" dos idealistas ante a lógica da conquista do poder. Naquela ocasião, diz o professor, "deviam ter convocado um congresso e mudado o programa do PT. Aquele não servia mais".
Na sua "fase 2", em que tenta – ainda hoje –reduzir o mensalão a uma campanha da imprensa e das oposições, Ab’Sáber vê o petismo empenhado em produzir "uma alucinação negativa de que (o mensalão) não existiu".
O partido, segundo ele, continuará usufruindo os privilégios típicos dos poderosos. "Mas no dia em que o PT perder o poder, eu temo pelo seu destino. Até lá ele tenta desesperadamente se enraizar nos municípios e no Estado enquanto perde relevância histórica – ou seja, tenta tornar-se um PMDB qualquer."
Gabriel Manzano - ESTADÃO

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A “Operação Caça-Gurgel” desfechada por petistas é sinal de que eles estão com medo.


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O núcleo lulo-dirceuzista do PT e seus acólitos e agregados — como o senador Fernando Collor (PTB), por exemplo, hoje um esbirro da turma — continuam empenhados em tentar desmoralizar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Lembram-se de Cândido Vaccarezza? É aquele deputado do PT que, quando líder do governo na Câmara (vale dizer: era a voz de Dilma na Casa), encontrava-se secretamente com José Dirceu em quartos de hotel. Outro conviva era Sérgio Gabrielli, então presidente da Petrobras. Depois que ele saiu, se soube como andava, de fato, a empresa. Com uma oposição um pouco mais robusta, esse rapaz seria chamado às tintas. Com uma organização mínima dos acionistas minoritários, eles estaria em maus lençóis. Adiante. Pois Vaccarezza, o dirceuzista juramentado, resolveu entrar com uma representação contra o Gurgel no Conselho Nacional do Ministério Público. E qual é a razão? Uma suposta “cartilha” que o Ministério Público Federal elaborou para crianças e adolescentes, explicando em detalhes, numa linguagem acessível, o processo e seu andamento.
O deputado está muito bravo e manda ver. Diz que “custeada com recursos do erário, colhe-se propaganda pronta e acabada sobre os fatos em julgamento”. Vocês entenderam: ele acusa o MPF de usar dinheiro público para fazer propaganda contra seus aliados. Não é impressionante que ele seja do partido cujo governo financia uma rede de blogs sujos, alguns deles verdadeiramente criminosos, por meio de propaganda institucional e das estatais? O material do Ministério Público está muito longe disso. Na linha “joguem pedra do Gurgel”, acusa-o de não ter agido com presteza no caso Cachoeira. Vocês conhecem essa ladainha.
Pois bem. A página a que ele se refere está aqui. Não se trata de uma cartilha. Atenção! Essa área do site do Ministério Público Federal está no ar desde 16 de outubro de 2009, como lá se informa. Sua prática corriqueira, reitero, é tentar traduzir em linguagem simples as ações do órgão. Até questiono se crianças realmente entendem o que lá vai. Alguns jornalistas, aliás, deveriam ler. Recomendo a Janio de Freitas, por exemplo. Se, agora, existe uma área destinada a informar detalhes do processo do mensalão, é porque esse é o caso da hora. Basta visitá-la para verificar que esse é apenas um nicho da página. Se alguns petistas — não só eles — são protagonistas do mensalão, fazer o quê?
Perguntas diretas a Vaccarezza
– Deputado Vaccarezza, quantos milhões por ano as estatais põem nos blogs sujos destinados a puxar o saco de petistas, atacar oposicionistas e a imprensa independente?
– Deputado Vaccarezza, quantos milhões por ano o governo federal, as administrações petistas em outros níveis e alguns gestores da base aliada “investem” nesses mesmos veículos para difamar, caluniar, injuriar, mentir?
– Deputado Vaccarezza, o governo a que o senhor pertence não se envergonha, por exemplo, de sustentar uma publicação capaz de dar fé a uma lista elaborada por um falsário, que mente de forma desabrida para tentar desmoralizar um ministro do Supremo?
– Deputado Vaccarezza, com que autoridade moral acusa desvio de dinheiro público para propaganda quem, por vínculo partidário, está associado a esse tipo de sujeira?
– Deputado Vaccarezza, quantos milhões são empregados no que não passa de uma campanha de caráter partidário e, a depender do período, também eleitoral? Por que o senhor não pede uma investigação? Não o fazendo, então por que não se cala sobre o MPF?
ATENÇÃO, ATENÇÃO!Eu não estou igualando as duas coisas! Eu não estou dizendo que são ações similares, porém com sinais invertidos. A linguagem a que recorre o site do MPF é objetiva e procura ser didática, sem baixarias e ofensas, é evidente! Abraça o ponto do vista do procurador-geral, é óbvio — embora divulgue também a versão dos réus. Ora, um simples cotejamento de linguagem evidencia que, de um lado, está o esgoto moral a soldo e, de outro, uma tentativa de traduzir  para crianças e adolescentes que diabos, afinal de contas, é esse processo.
É até possível que a página passasse quase despercebida, não fosse essa tentativa canhestra de usar o caso para, mais uma vez, atacar o procurador-geral. Mas por quê?
Avaliação ruim do quadroSe a turma vai ser condenada ou não, isso eu não sei. Que os petistas estão com uma avaliação pessimista do quadro, isso é fato. Pessoalmente — eu e mais a torcida do Corinthians —, duvido que Marcos Valério se safe no tribunal. E, com ele, devem ir Delúbio Soares e alguns operadores do núcleo financeiro do esquema. Lembrem-se de que o empresário já foi condenado pela Justiça Federal.
O fato de o processo estar unificado, por vontade expressa da esmagadora maioria do Supremo (9 a 2), impõe aos ministros algumas responsabilidades. Pensemos por hipótese: Valério, Delúbio e mais uns dois ou três são condenados pela lambança, e Dirceu se salva? Alguém indagará: “Mas Lula não deveria estar lá também?”. É evidente que eu acho que sim! Já escrevi isso umas 300 vezes. Mas não está. Considero, sinceramente, impensável um Valério inocente — com o devido respeito ao doutor Marcelo Leonardo, que fez uma defesa muito competente e técnica, mas até ele deixou a sugestão de que também o considera. Pois bem: vai-se condenar o publicitário e deixar o comando político do PT livre e leve (não deveria nem ficar solto…)? É MESMO? MAS, AFINAL, VALÉRIO TRABALHAVA PARA QUEM E PARA QUÊ? Era senhor absoluto de sua própria República? O destino final da dinheirama era seu projeto pessoal de poder? Ora…
Um ministro que condena Valério e absolve Dirceu pode até dizer que se apega aos autos de algum modo, mas é evidente que se despediu da lógica. “Mas não serve Delúbio?” A resposta seria “sim” caso a gente considere que aquele senhor realmente tinha autonomia para decidir. E os líderes aliados que participaram da festança já disseram que acordo, para ser celebrado, só com o Zé. E no Palácio do Planalto!
Petistas neuróticosOs petistas estão ficando um tanto neuróticos porque o desenrolar do julgamento, que, em tese, lhes é favorável — afinal, são cinco horas de acusação para 38 da defesa —, também começa a evidenciar um lado perverso. Nunca antes na história destepaiz tantos mártires e inocentes se juntaram, não é mesmo? E para produzir o quê? A gente viu. Na retórica, advogados se esmeram na santidade do réu. Duvido que o STF cometa suicídio moral — e legal!
A verdade, minhas caras, meus caros, é que o PT apostou tudo que esse julgamento não sairia neste ano. E apostava que manobras várias poderiam empurrá-lo para uma data sem data. Reavivado na memória, à luz dos fatos, o que foi o mensalão, assistimos àquele impressionante desfilar de inocentes em meio a empréstimos de fachada, saques na boca do caixa, dinheirama transportada em carro-forte, admissão de caixa dois…
Hoje, o PT está com medo!
Reinaldo Azevedo - Veja

Ofereço este documento ao Supremo: o dia em que Zé Dirceu confessou! Podem agregar aos autos! Foi dado o direito ao contraditório! É ele próprio falando!


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José Luis de Oliveira Lima, advogado de José Dirceu, mandou um novo texto ao Supremo asseverando a inocência do seu cliente. Teve uma hora para fazê-lo, usou apenas 45 minutos, mas decidiu, de novo, ser notícia. A presunção de sempre é a de que, como chefe da Casa Civil, o Zé, não sabia o que ia pelo partido — e, bem…, nem pelo governo. Em 2007, ele concedeu uma entrevista à revista Playboy — que está reproduzida em seu próprio site.
Destaco três trechos em vermelho e comento em azul:
PLAYBOY – O senhor não parece muito à vontade ao falar da sua atividade de consultor.
José Dirceu – 
A lei me obriga ao sigilo e à confidencialidade, tanto no escritório de advocacia como aqui. Fazem campanha para me prejudicar. A minha vida é pública, eu continuo fazendo política, então é natural que escrevam e falem de mim. A minha atividade como consultor está totalmente legal, faz dois anos que saí do governo. Eu esperei um ano e meio. Posso fazer qualquer atividade.
PLAYBOY – Ter passado pelo governo que continua no poder não ajuda?
José Dirceu -
 O Fernando Henrique pode cobrar 85 mil reais por palestra, e eu não posso fazer consultoria? No fundo, o que eu faço é isso: analiso a situação, aconselho. Se eu fizesse lobby, o presidente saberia no outro dia. Porque no governo, quando eu dou um telefonema, modéstia à parte, é um telefonema! As empresas que trabalham comigo estão satisfeitas. E eu procuro trabalhar mais com empresas privadas que com empresas que têm relação com o governo.
ComentoViram só? “No governo, quando eu dou um telefonema, modéstia à parte, é um telefonema!” O sentido parece claro a qualquer leitor, não? O Zé deixou confessou que, mesmo como consultor — lobista é o nome —, era especialmente ouvido. Ora, no governo e no partido, um “telefonema do Zé sempre foi… um telefonema!” Numa democracia um pouco mais avançada e decorosa do que a nossa, Dilma Rousseff, que era, então, a chefe da Casa Civil, teria sido chamada ao Congresso para explicar a fala deste senhor. Em seguida, ele emenda que as empresas que trabalham com ele estavam satisfeitas. Por que não estariam, não é mesmo?
Nota: não sei se FHC cobrava aquilo por palestra — nem interessa. De toda sorte, ex-presidente da República, satanizado permanentemente por petistas, os que o convidavam certamente não estavam interessados em favores oficiais. Afinal, um telefonema do tucano NÃO ERA um telefonema! Lula, como ex-presidente, passou a cobrar R$ 500 mil por palestra. Por que cobrava muito mais do que o antecessor? Os petralhas vão dizer que é porque ele é mais amado, mais competente, mais inteligente. Bem, se um telefonema do Zé é um telefonema, um telefonema de Lula é uma ordem. Vale, pois, R$ 500 mil. 
Vejam, pois, senhores ministros do Supremo, como esses pobres coitados nunca sabem de nada. Mas calma! Há dois outros trechos da entrevista.
PLAYBOY – Ainda sobre alianças: o presidente Lula errou ao dizer que daria um cheque em branco ao Roberto Jefferson (PTB-RJ)?
José Dirceu -
 Nem sei se ele disse isso. Essas coisas viram dito pelo não dito. Mas o Lula não dá cheque em branco pra ninguém. Não é da natureza dele. Pelo contrário, ele delega, mas controla, cobra. Ele é um presidente da República que tem controle sobre tudo o que está acontecendo. O Lula trabalha, chega cedo e sai tarde. E quem acha o contrário, ótimo. Porque vai subestimar o Lula e vai nos subestimar.
PLAYBOY – Mas então ele sabia do caixa dois, do dossiê fajuto contra os tucanos, não?
José Dirceu – [Irritado.] 
- Não está sob atribuição da Presidência da República. Isso não era matéria de governo, era de partido. Tanto é que o país reconheceu isso, o TSE reconheceu. Presidente da República não pode ser responsabilizado. Aliás, eu não posso ser responsável como ministro da Casa Civil por nada que aconteceu no PT, nada que aconteceu no
 Congresso. Por isso que eu sou inocente. Não há como me responsabilizar.
VolteiEntenderam? Reconheceram ali a defesa de Oliveira Lima? Ela repete a ladainha de 2007. A tese, no fundo, é a seguinte: como ele era chefe da Casa Civil e não tinha responsabilidade funcional no PT, então é inocente. Como Lula era presidente da República, então é inocente. Trata-se de uma inversão perniciosa do sentido de um fundamento do direito. NINGUÉM PODE SER RESPONSABILIZADO POR ISSO OU POR AQUILO SÓ EM RAZÃO DO CARGO QUE OCUPA. Certo!  No caso do Zé, ficou claro que o exercício desse cargo convivia com o estrito controle do PT. As duas coisas estavam imbricadas. Eis o ponto. Era ele quem operava e sacramentava as alianças — justamente com os partidos (e seus parlamentares) que estavam recebendo o dinheiro do mensalão.
Zé Dirceu é um tipo muito particular: ele quer que lhe reconheçam o poder, o prestígio e a influência nas coisas que lhe servem para estufar o peito. Quando se trata de responsabilidades, ele pula fora. Agora vamos ao terceiro trecho:
PLAYBOY – O senhor disse que o presidente Lula não passa cheque em branco pra ninguém. E o senhor?
José Dirceu -
 Pra ninguém.
PLAYBOY – Nem pra sua mãe?
José Dirceu -
 Pra ela eu dou dinheiro vivo.
ComentoO comandante-geral do PT, aquele que cuidava de tudo, o que sacramentava as alianças, bem, ele não dava cheque em branco para ninguém. Lula também não! Certo! Então quem dava um “cheque em branco” para Delúbio? Vejam que coisa fabulosa! Lula não sabia de nada. Dirceu não sabia de nada, embora ambos sempre fizessem questão de saber de tudo!. É um enigma.
E uma ironia: considerado que o mensalão foi o espetáculo por excelência do dinheiro vivo, a gente nota que o Zé não teme mesmo a piada, né?
Para encerrarA defesa de José Dirceu anda a reclamar que a Procuradoria Geral da República usou testemunhos da CPI, que não teriam sido submetidos ao contraditório etc. e tal. Sei. Ofereço essa entrevista do Zé ao Supremo, para que seja agregada aos autos. Afinal, ninguém poderia falar melhor pela defesa do que o próprio réu, não é? E, como se nota, o que se tem acima é uma confissão.
Reinaldo Azevedo-Veja

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Papa nomeia novo bispo para diocese de Campina Grande-PB

Dom Delson, novo bispo de Campina Grande, Paraíba (Foto: Cacilda Medeiros/Divulgação)
Dom Delson é o novo bispo de Campina Grande
(Foto: Cacilda Medeiros/Divulgação)

O papa Bento XVI anunciou o nome do sétimo bispo diocesano de Campina Grande. A nomeação de Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz foi publicada oficialmente no L’Oservatore Romano desta quarta-feira (8). Dom Delson é bispo da diocese de Caicó (RN) desde outubro de 2006. Ele vai assumir o cargo cinco meses após a saída de Dom Jaime para a arquidiocese de Natal (RN). 
Dom Delson é natural da cidade de Biritinga, na Bahia, e nasceu no dia 10 de julho de 1954.
Estudou Filosofia e o início da Teologia no Seminário São Francisco de Assis em Nova Veneza (SP) e concluiu os estudos teológicos no Instituto de Teologia da Universidade Católica de Salvador (BA). É mestre em Ciência da Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e graduado em Letras pela Universidade Católica de Salvador.

Foi ordenado sacerdote no dia 5 de julho de 1980 na Arquidiocese de Feira de Santana (BA) e na mesma arquidiocese, em 24 de setembro de 2006, recebeu sua ordenação episcopal. Foi acolhido
na diocese de Caicó no dia 8 de outubro daquele ano e permaneceu até a data desta nova
nomeação. Até o dia de sua posse em Campina Grande, Dom Delson permanece em Caicó
como administrador diocesano.

Atualmente, no Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - AL, PE, PB e RN -  Dom Delson atua como vice-presidente e bispo referencial para a Comunicação. Seu lema episcopal é “Ide aos meus irmãos” (Jo 20,17).
G1-PB

Policiais Rodoviários Federais aprovam greve em PE, diz sindicato


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Os Policiais Rodoviários Federais entrarão em greve em Pernambuco (e em nível nacional), segundo anunciou o sindicato da categoria na noite desta terça-feira (7). Em nota, eles protestam por melhores condições de trabalho, abertura de novas vagas em concursos públicos e melhor tratamento em negociações com o Governo Federal.

"Após exaustivas reuniões com o governo, os Policiais Rodoviários Federais, diante da paralisação das negociações com a categoria, darão início a uma série de ações para denunciar o descaso para com a segurança pública em geral, e principalmente para com a Polícia Rodoviária Federal", diz a nota.

Em Pernambuco, ocorrerão ações em locais de grande fluxo de veículos na Região Metropolitana do Recife e em alguns outros pontos do estado, a partir desta quarta-feira (8), de acordo com o sindicato.
Eles também reclamam da falta de capacidade operacional nas rodovias brasileiras, sobretudo com a proximidade de eventos como a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas. Também prostestam pela realização de concurso público para o preenchimento de quase quatro mil vagas e um tratamento igualitário em relação às demais carreiras do estado.

"Será a primeira vez, nos seus oitenta e dois anos de serviço ininterrupto prestado ao povo brasileiro que essa categoria cruzará os braços", finalizaram em nota.

G1-PE

Mais de 500 vagas em cursos de qualificação são oferecidas no Recife


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A partir de quinta-feira (9), estão abertas as inscrições para mais de 500 vagas em cursos de qualificação social e profissional do Plano Territorial de Qualificação (PlanTeQ), da Prefeitura do Recife. As oportunidades são em diversos cursos e oferecidas para pessoas com idade acima de 16 anos, que estejam desempregadas ou à procura do primeiro emprego. As inscrições se encerram na sexta-feira (10).

Os interessados deverão se dirigir aos postos de inscrições localizados em quatro regiões do Recife, das 9h às 15h, portando carteira de identidade, CPF, carteira de trabalho e o comprovante de residência. Os participantes devem ter escolaridade do nível fundamental incompleto ao médio completo; o programa também vai atender a pessoas com deficiência.

As 568 vagas são para os cursos de: assistente em logística comercial; telemarketing; operador de caixa; cozinha regional; pastelaria e confeitaria; garçom; monitor e recreador; camareira; recepcionista de hotel; auxiliar administrativo; informática básica com manutenção de microcomputadores; costura e modelagem; depilação; manicure e pedicure; pintor; eletricista predial; gesseiro; serviços gerais; soldador; e encanador. Os cursos começam no próximo dia 20 de agosto, com turmas nos turnos da manhã e tarde. Outas informações podem ser obtidas pelo telefone 3355-2902.

Confira os locais onde podem ser feitas as inscrições:

Escola Estácio Coimbra 
Rua Marquês do Pombal, s/n, Santo Amaro.

Centro Espírita Templo da Criança 
Rua Maria Gonçalves, 136, Mangabeira

Bombando Cidadania 
Rua do Rio, s/n, Bomba do Hemetério

Associação Rede Unidos
Rua Camboriú, 419, Alto do Eucalipto

Associação de Moradores do Alto José Bonifácio
Rua Benevenuto Teles Neves, 179, Alto José Bonifácio

Sistema Público de Emprego 
Avenida Norte, 5600, Casa Amarela
G1-PE