sexta-feira, 22 de março de 2013

22 de março - Dia Mundial da Água

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O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.

Declaração Universal dos Direitos da Água
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Frases sobre o Dia Mundial da Água:
- Água é vida. Vamos usar com inteligência para que ela nunca falte.
- O futuro de nosso planeta depende da forma com que usamos a água hoje.
- Todo dia é dia de água, pois ela está presente em tudo e em todos.
- O Dia Mundial da Água não é só para pensar, mas principalmente para agir: vamos usar este recurso natural com sabedoria para que ele nunca acabe.
- Sem a água não haveria vida na Terra! Pense nisso neste Dia Mundial da Água.

Você sabia?
- A Unesco estabeleceu que 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água.

suapesquisa.com

quinta-feira, 21 de março de 2013

Presidente do STF defende fim do sigilo da identidade de investigados

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, defendeu nesta quinta-feira (21) o fim do sigilo da identidade de investigados em inquéritos na corte. Ele cobrou que o ministro Luiz Fux, relator de ação sobre o caso, libere processo de sua relatoria para a análise dos demais ministros.

Deputados federais, senadores e ministros estão entre as autoridades que têm foro privilegiado no Supremo para investigações criminais.

Desde 2010, quando os inquéritos são abertos, em vez de aparecer o nome completo do investigado, ficam disponíveis apenas as iniciais, prejudicando a possibilidade de identificação. O relator de cada inquérito, porém, tem autonomia para decidir se haverá divulgação dos nomes.

Na sessão desta quinta, ao analisar um inquérito que apurava se o deputado Paulo Cesar Quartiero (DEM-RR) cometeu crime de quadrilha, o ministro Marco Aurélio Mello pediu que o processo fosse reautuado com o nome completo do parlamentar. Joaquim Barbosa concordou. "Eu até proponho retirar do regimento esse dispositivo", disse Barbosa.

Fux lembrou, então, que o tema é alvo de procedimento administrativo sob sua relatoria. Em abril do ano passado, ele pediu vista em sessão administrativa parater mais prazo para analisar o tema.

Marco Aurélio pediu que fosse registrado em ata que ele era contrário à divulgação apenas das iniciais no processo de Quartiero.

Barbosa, então, cobrou Fux: "Traremos uma solução em breve para isso, não é, ministro?"

Segundo dados do sistema do STF apurados no início desta semana, desde novembro do ano passado 56 inquéritos foram instaurados com as iniciais dos investigados.

Mariana Oliveira-G1

Câmara aprova criação de cargos para atender ao PSD

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A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de hoje (20), projeto de resolução que cria 42 cargos de natureza especial para a estrutura de funcionamento da liderança do PSD e para outros órgãos da estrutura da Câmara. Dos cargos criados, 30 ficarão com o Partido Social Democrático e os demais serão destinados à Comissão de Cultura, que foi criada recentemente com o desmembramento da Comissão de Educação e Cultura.
A aprovação do projeto se deu depois de mais de quatro horas de obstrução, que foi feita por sete partidos contrários à medida. O DEM e o PSOL foram os dois partidos que mais questionaram a criação dos cargos. Os cargos destinados ao PSD devem, segundo o projeto, ser extintos em 2015. A proposta também prevê a criação de funções comissionadas de diretor-geral adjunto e de secretário-geral adjunto da Mesa Diretora da Casa.
O impacto financeiro com os novos cargos será R$ 4.777.579,38, em 2013; R$ 6.073.674,65, em 2014; e R$ 6.332.059,04, em 2015. De acordo com o projeto, o PSD passa a ter 106 cargos à disposição da legenda. No ano passado, 66 cargos já haviam sido criados para atender à estrutura do partido, criado em 2011.
Iolando Lourenço-Agência Brasil

Cade condena Ecad e associações de defesa dos direitos autorais por formação de cartel

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Por 4 votos a 2, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenou hoje (20) o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) e seis associações de defesa dos direitos autorais por formação de cartel e fechamento de mercado. As entidades foram multadas em R$ 38 milhões pelas práticas.
O Ecad terá de pagar cerca de R$ 6,4 milhões por cartelização e abuso de poder. Cada associação foi multada em R$ 5,3 milhões por formação de cartel. O processo foi instaurado em 2010 a pedido da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA).
Na avaliação dos conselheiros, o Ecad e as associações não apenas fixam valores altos para a execução de obras artísticas como impedem a filiação de novas associações representativas. De acordo com o conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça, relator do caso, a Lei de Direito Autoral permite ao Ecad controlar a arrecadação e a distribuição dos direitos autorais, mas não autoriza o tabelamento abusivo de preços.
No voto, o conselheiro destacou que a livre negociação de preços seria mais eficiente em termos econômicos, permitindo a cobrança de taxas mais acessíveis aos usuários e dificultando abusos de poder de mercado. As tabelas de valores cobrados por tipo de usuário e os critérios de cálculo de direitos autorais, disponíveis na página do Ecad na internet, foram usadas como provas do acordo de fixação de preços.
De acordo com o conselho, o estatuto do Ecad também serviu de base para a condenação, porque a entidade prevê percentuais mínimos de número de filiados e de titularidade de bens intelectuais para a filiação de novas associações representativas.
Wellton Máximo-Agência Brasil

terça-feira, 19 de março de 2013

19 de Março - Dia de São José

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O culto a São José começou provavelmente no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o papa Pio IX o proclamou "O Patrono da Igreja Universal" e, a partir de então, passou a ser cultuado no dia 19 de março.

Em 1955 Pio XII fixou o dia 1º de maio para "São José Operário, o trabalhador".

Apesar de ter grande importância dentro da Igreja Católica, o nome de São José não é muito citado dentro das fontes bibliográficas da Igreja, sendo apenas mencionado nos Evangelhos de S. Lucas e S. Mateus.

Descendente de Davi, São José era carpinteiro na Galiléia e comprometido com Maria. Segundo a tradição popular, a mão de Maria era aspirada por muitos pretendentes, porém, foi a José que ela foi concedida.

Quando Maria recebeu a anunciação do anjo Gabriel de que daria à luz ao Menino Jesus, José ficou bastante confuso porque apesar de não ter tomado parte na gravidez, confiava na fidelidade dela. Resolveu, então, terminar o noivado e deixá-la secretamente, sem comentar nada com ninguém. Porém, em um sonho, um anjo lhe apareceu e contou que o Menino era Filho de Deus e que ele deveria manter o casamento.

José esteve ao lado de Maria em todos os momentos, principalmente na hora do parto, que aconteceu em um estábulo, em Belém.

Quando Jesus tinha dois anos, José foi novamente avisado por um anjo que deveria fugir de Belém para o Egito, porque todas as crianças do sexo masculino estavam sendo exterminadas, por ordem de Herodes.

José, Maria e Jesus fugiram para o Egito e permaneceram lá até que um anjo avisasse da morte de Herodes.

Temendo um sucessor do tirano, José levou a familia para Nazaré, uma cidade da Galiléia.

Outro momento da vida de Cristo em que José aparece na condição de Seu guardião foi na celebração da Páscoa Judaica, em Jerusalém, quando Jesus tina 12 anos.

Em companhia de muitos de seus vizinhos, José e Maria voltavam para a Galiléia com a certeza de que Jesus estava no meio do grupo.

Ao chegar a noite e não terem notícias de seu filho, regressaram para Jerusalém em uma busca que durou 3 dias.

Para a surpresa do casal, Jesus foi encontrado no templo em meio aos doutores da lei mais eruditos, explicando coisas que o deixavam admirados.

Apesar da grande importância de José na vida de Jesus Cristo não há referências da data de sua morte.

Acredita-se que José tenha morrido antes da crucificação de Cristo, quando este tinha 30 anos.

culturabrasil.org

Chuva no dia de São José é esperança para 9 cidades vítimas da seca em PE


Marcadores da Apac mostram barragem completamente seca em São José do Egito (Foto: Luna Markman / G1)Marcadores da Apac mostram barragem completamente seca em São José do Egito (Foto: Luna Markman / G1)
A crença católica diz que se chover até o Dia de São José, celebrado nesta terça-feira (19), a safra vai ser boa. Quinze cidades pernambucanas que têm o santo como padroeiro estão em situação de emergência por causa da longa estiagem, mas os agricultores aguardam ansiosamente pela chuva, que não cai em bom volume há muito tempo. Os primeiros decretos municipais de calamidade foram reconhecidos pelo Ministério da Integração em março de 2012. A seca atinge 132.750 mil pessoas nesses 15 municípios, segundo a Comissão de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), a maior parte vivendo nas zonas rurais.
G1 rodou 1,4 mil quilômetros, cortando nove localidades do Sertão, Agreste e Mata Norte do estado, e acompanhou o sofrimento de vários devotos a São José. Em Capoeiras, a seca afetou 100% da população - são 19 mil habitantes e ninguém mais consegue plantar. Na cidade, 70% do rebanho foi perdido. Em Venturosa, até 40% das fábricas de beneficiamento de leite não estão mais funcionando. Em Brejo da Madre de Deus, apenas 10% as áreas plantadas de banana, principal cultura agrícola da região brejeira do município, foram mantidas. Na cultura de hortaliças, o desemprego atinge cerca de 40% dos produtores em Bezerros.
Sindicatos de trabalhadores rurais e autoridades das prefeituras municipais pedem mais ações dos governos estadual e federal, como envio de ração animal e carros-pipa, perfuração de poços e construção de barragens. O governo estadual apontou algumas dificuldades operacionais e infomou ações previstas para este ano. Mesmo neste cenário verde desbotado, muitos agricultores continuam com fé no santo, à espera de que brotem novamente as cores no roçado.
Natanael Brito, agricultor em São José do Egito, PE (Foto: Luna Markman / G1)Natanael Brito mantém a fé e as orações para
São José (Foto: Luna Markman / G1)
É o caso de Natanael e Erivaldo Brito, pai e filho. Eles moram no Sítio Ipueira, em São José do Egito, no Sertão. Como para todas as famílias daquela zona rural, a água chega em carros-pipa, só para o consumo humano. Assim, não conseguem mais plantar milho e feijão. Sem ter o que dar de comer e beber aos animais, perderam metade das galinhas e do gado. O mais velho se agarra à imagem de São José que roubou da mãe anos atrás. "Naquela época, não tinha chuva, então 'carreguei' dela e rezei o terço. Deu certo, tiramos até renda, mas ela reclamou tanto... Fico nervoso até hoje se escuto um trovão e não deixo de ter fé nele, fé de que vai chover", diz.
Fé x previsão do tempo
Em várias tradições religiosas, trabalhadores da terra desenvolveram mitos, ritos e louvores a deuses e santos para conseguir boas colheitas e, consequentemente, alimento para os animais, como explica o professor de teologia da Universidade Católica de Pernambuco, Artur Peregrino. “Colocado no calendário romano no século 15, o dia 19 de março é de súplica por chuva a São José, na tradição católica", explica. Segundo o estudioso, José, pai de Jesus Cristo, era carpinteiro, mas acredita-se que em épocas de plantio e colheita ele também trabalhava na agricultura. "A gente pode presumir que, por marcar a chegada de um período mais chuvoso, o dia 19 foi simbolicamente escolhido para celebrar o santo, que virou patrono dos agricultores e declarado pelo papa Bento XV como patrono da justiça social", informa o estudioso.

A climatologia explica o porquê dos céus mais cinzentos em março. É neste mês que ocorre o equinócio, marcando o ponto da órbita da Terra em que o dia e a noite têm a mesma duração. É a transição do verão para o outono, no Brasil e, como nos últimos cinco anos, o fenômeno acontecerá nesta quarta-feira (20). "Neste período, espera-se que as chuvas se intensifiquem devido à Zona de Convergência Intertropical estar mais situada ao sul, entre outros fatores", explica o metereologista Vinícius Gomes, da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).
Detalhe da imagem de São José com menino Jesus, em Igreja Matriz de Capoeiras. (Foto: Luna Markman/ G1)
Detalhe da imagem de São José com Jesus, na
Matriz de Capoeiras. (Foto: Luna Markman/ G1)
No entanto, não choveu nada nas duas primeiras semanas deste mês nas 15 cidades, segundo relatório da Apac, que ainda alerta. "A previsão climática é de que as chuvas para os meses de março, abril e maio sejam abaixo da média", informa o metereologista. De acordo com a instituição, em março costuma chover cerca 133,5 milímetros no Sertão; 89,1 milímetros no Agreste; e 149,1 milímetros na Zona da Mata.Em fevereiro passado, choveu apenas cerca de 8,6% do esperado no Sertão, 15,2% no Agreste e 34,4% na Zona da Mata.
Festa cancelada e 100% da população prejudicada
Por causa dos efeitos da estiagem e da previsão do tempo nada otimista, a Prefeitura de Capoeiras, no Agreste, decidiu cancelar a programação profana da festa de São José. "Os R$ 300 mil que seriam usados para pagar bandas e montar toda a infraestrutura agora servirão para doar cestas básicas e água mineral a pelo menos três mil famílias cadastradas, além da contratação de carros-pipa, recuperação de poços artesianos e limpeza de cacimbas [espécie de poço] de minação", afirma o secretário municipal de Administração, Gildo Marques.

Arte - Estiagem ameaça roteiro da fé, em Pernambuco (Foto: Arte G1)
Segundo a Codecipe, a seca afetou 100% da população de Capoeiras, que tem 19 mil habitantes. Ninguém mais consegue plantar e 70% do rebanho foi perdido. A cidade tinha a maior feira de gado do Agreste Meridional. O maior açude da cidade, o Gurjão, que também abastece parte de São Bento do Una e Caetés, está com 21% da capacidade. A água é encanada pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e chega nas casas da zona urbana a cada 72 horas.

Ao todo, 18 carros-pipa levam água de fontes de Garanhuns para a zona rural de Capoeiras. "Atualmente, há também 22 poços, sendo cinco recentemente recuperados. O governo estadual prometeu perfurar mais cinco e construir quatro barragens de médio porte. Vamos esperar por essa ajuda", informa o secretário. Sem trabalho no campo, agricultores e criadores batalham empregos na cidade. "Só nesses três primeiros meses do ano, cerca de 800 pessoas vieram aqui na prefeitura pedindo trabalho. Conseguimos contratar uns cem", complementa Marques.
Morador do Sítio Mimosos, Jadiel Mariano conseguiu uma vaga na Secretaria Municipal de Educação como entregador de merenda. "Agora, vou ganhar um salário mínimo. Quando muito, estava 'tirando' só R$ 90 por semana nos roçados. Vai dar para fazer a feira, comprar água, mandar dinheiro para minha filha em São Paulo", enumera.
Maria Hilda sonha com emprego. (Foto: Luna Markman/ G1)Sem chance na agricultura, Maria Milda sonha com emprego
em qualquer área da prefeitura (Foto: Luna Markman/ G1)
Já Maria Milda Gueiros ainda espera uma chance. No Sítio Cascavel, a 21 km do centro de Capoeiras, ela mantém marido e dois filhos com o leite que vende de dez vacas "magrinhas" e R$ 184 do Bolsa Família. "Vim aqui na Prefeitura topando o que vier, posso varrer rua, qualquer coisa. Estamos vivendo ‘imprensado' demais", comenta.

Desemprego generalizado
Um dos resultados mais evidentes da seca é o aumento do desemprego no campo, que o G1 constatou em várias cidades visitadas, além de Capoeiras. Em São José do Egito, dezenas de granjas criadoras de aves de postura de ovos fecharam. Também no Sertão, Custódia, quinto maior produtor de ovinos do estado, segundo a Agência Condepe/Fidem, perdeu quase todo o rebanho.

Em Carpina, na Mata Norte, a seca diminuiu a colheita da cana-de-açúcar. No Agreste, até 40% das fábricas de beneficiamento de leite de Venturosa, integrante de peso da bacia leiteira pernambucana, não estão funcionando por falta de matéria-prima. Sétimo produtor de frutos no ranking estadual, a região brejeira do Brejo da Madre de Deus reduziu para até 10% as áreas plantadas de banana, principal cultura agrícola. Falta de água e acesso a ração animal com preço barato são os principais problemas que afetam a agricultura e a pecuária, segundo as prefeituras desses municípios.

Bezerros, também no Agreste, é outra cidade que sofre com a falta de trabalho nos roçados. "A cidade toda está sendo abastecida por carro-pipa, e a água é destinada apenas para o consumo humano, não dá para plantar nem criar nada. Na cultura de hortaliças, o desemprego atinge cerca de 40% dos produtores", comenta o secretário municipal de Agricultura, Erotides Bonifácio de Lima Neto.

Aldenise aprendeu a costurar. (Foto: Luna Markman/ G1)Aldenise aprendeu a costurar para reaver a renda que a
seca levou (Foto: Luna Markman/ G1)
Na comunidade de Juá, no distrito de Sítio dos Remédios, Zona Rural de Bezerros, Helenice Lindinalva da Silva ainda teimou em plantar mandioca com a 'chuvinha' que deu no fim de janeiro deste ano, mas a água não foi suficiente para a raiz da planta se desenvolver. Perdeu tudo. "Recebo R$ 70 do Bolsa Família e complemento a renda fazendo faxina, umas costuras, vendendo um pouco de palma [planta que serve de ração para o gado]. A gente tem que dar um jeito", acredita.

Adenilse Alderita de Souza também perdeu a renda que ganhava plantando milho e feijão, em Juá. "Tive que inventar alguma coisa para não ficar parada. Há uns cinco meses, aprendi com minha filha a costurar calcinha e cueca, que ela vende na [feira da] Sulanca, em Caruaru. Logo no início ficou meio 'derrubada' [a costura], mas a gente vai melhorando", brinca. Junto com outra filha, produz até 150 peças por dia, em um quartinho apertado. Ao final do mês, ganha até R$ 300, dinheiro dividido entre as duas.

E Aldenise já quer aumentar o imóvel e batizar o futuro empreendimento. "Confecções São José é um bom nome", avalia. Perto da casa dela, uma capelinha dedicada ao santo foi construída em 1989. Ao lado, fica uma cisterna onde moradores de Juá pegam água. Superando as dores no corpo, Maria Alexandre da Silva, 65 anos, empurra um carrinho de mão com dois galões de água para beber, cozinhar e outros afazeres domésticos. Neste dia 19, tem outro compromisso ali. "Vou rezar, pedir para São José saúde, coisas boas para nós e chuva para a gente poder plantar milho para comer no São João", afirma.

Maria (esquerda) e irmã buscam água em cisterna ao lado de capela de Sã José, em Juá. (Foto: Luna Markman/ G1)Maria (D) e irmã buscam água ao lado de capela de São José, em Juá. (Foto: Luna Markman/ G1)

Ações abaixo da meta 
O último boletim da Codecipe, divulgado no começo de março, informa que 132 municípios pernambucanos estão em situação de emergência, sendo 122 reconhecidos pelo Ministério da Integração. Para as prefeituras, o reconhecimento dos decretos de emergência pela seca serve como um pedido de socorro aos governos estadual e federal.

Diante da calamidade, em abril do ano passado, foi instalado um Comitê Integrado de Enfrentamento à Estiagem de Pernambuco, numa parceria entre os governos estadual e federal, para buscar recursos e coordenar ações. O mais recente balanço da Operação Seca e Águas para Todos mostra que R$ 19 milhões foram investidos pela Codecipe em ações de assistência à população; no entanto, algumas ações foram realizadas bem abaixo da meta estipulada.

É o caso dos poços: em 2012, foram 383 poços perfurados, apenas 23,9% do que estava programado pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Também foram instalados 207 poços (20,7% da meta) e 92 poços recuperados (23% da meta). O governo apontou dificuldade técnicas e operacionais. "O índice de poços secos é muito alto, pois nem todos os terrenos têm as condições geológicas necessárias. Então, temos que estudar locais que obedeçam os critérios para a gente não perder o investimento, o custo de contratar uma perfuração e ela não dar o resultado esperado", detalha o secretário-executivo do Comitê Integrado de Convivência com o Semiárido, Reginaldo Alves.

Carro-pipa em Bezerros. (Foto: Luna Markman/ G1)Carro-pipa da Operação Seca se dirige à cidade de
Bezerros (Foto: Luna Markman/ G1)
Segundo o secretário, a meta para 2013 é perfurar e instalar 1,2 mil poços e recuperar 400 em todo estado. Cada cidade em situação de emergência deve ganhar cinco poços, cuja execução é feita em convênio entre as prefeituras municipais e o IPA, além de outras iniciativas livres do próprio instituto.

O secretário também sinalizou problemas operacionais na questão dos carros-pipa. O Comitê afirma que estão em atividade hoje cerca de 1,5 mil carros-pipa, sendo 838 do Exército e 646 do governo, atendendo 1,1 milhão de pessoas nas cidades em emergência. Estão fora dessa conta os veículos pagos pelas prefeituras. "Algumas cidades têm carros-pipa com contratação liberada, mas não encontram veículos para contratar, ou seja, está faltando no mercado. Mas, certamente, esse número vai aumentar esse ano, especialmente no Agreste", aponta.

Outro "calo" das metas de 2012 foi que apenas 38,6% das cisternas previstas foram instaladas, totalizando 11.960. Segundo o Comitê, há pelo menos 11.905 famílias cadastradas para receber esse tipo de reservatório. "Essa meta é a longo prazo, com distribuição de 21 mil cisternas de 2012 a 2014", diz o secretário. Até o próximo ano, a expectativa é que 15,5 mil cisternas do tipo calçadão, espécie de calçada inclinada por onde escorre a água até a cisterna, sejam implantadas.

O secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranílson Ramos, reforça que haverá ações estruturadoras em todos os municípios em situação de emergência. "Até dezembro de 2014, por meio do programa Água para Todos, cada município vai receber sete sistemas de abastecimento de água, beneficiando 400 famílias por sistema, totalizando 47 mil famílias, e quatro barragens, que irão atender no total 22 mil famílias", disse.

Incertezas
Muitos trabalhadores rurais estão sobrevivendo de auxílios financeiros governamentais. Segundo o Comitê, em 2012, 102 mil famílias receberam o Garantia Safra, no valor de R$ 1.240, e a meta este ano é ampliar para mais 27,4 mil famílias. Já o Bolsa Estiagem (R$ 720) beneficia 86 mil famílias e o Chapéu de Palha (R$ 280), 182 mil. Os dois primeiros são programas do governo federal. "A continuidade do Chapéu de Palha, cuja gestão é do governo estadual, ainda não está garantida para 2013. Agora, há uma necessidade enorme de investir recursos no cuidado ao rebanho", argumenta o secretário Reginaldo Alves.

De acordo com ele, para amenizar a falta de ração animal, estão sendo construídos seis polos de distribuição de cana no Agreste, nas cidades de Garanhuns, Surubim, Caruaru, Itaíba, São Bento do Una e Arcoverde. O investimento é de R$ 15 milhões e deve entrar e funcionamento a partir desta semana. Para o Sertão, serão implantados 700 hectares de milho irrigado em Cabrobó, Serrita, Cedro, Ibimirim e Inajá, que vão produzir 20 toneladas de forragem nos próximos 90 dias.

Açude público de Capoeiras está quase vazio. (Foto: Luna Markman/ G1)Açude público de Capoeiras, no Agreste, está quase vazio; lixo também é ameaça (Foto: Luna Markman/ G1)







Luna Markman-G1 PE

Ministro da Integração discute efeitos da seca com 50 prefeitos de PE

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O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), participou nesta segunda-feira (18) de uma reunião com cinquenta prefeitos de municípios pernambucanos do Sertão e Agreste. No encontro, realizado na sede da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), no Recife, foram discutidas estratégias de enfrentamento à estiagem no Estado.
Os prefeitos expuseram os prejuízos decorrentes da seca nas cidades, sobretudo para os criadores de gado e produtores de leite, que estão perdendo o rebanho. O ministro reconheceu a gravidade da situação, principalmente nos estados de Pernambuco, da Paraíba e da Bahia, mas afirmou que o Governo Federal tem se esforçado para combater os efeitos da estiagem.

“No presente momento, a preocupação é ofertar água. Existe a iminência de colapso no abastecimento em diversas cidades e, portanto, o Governo Federal vai redobrar suas ações não só em parceria com os governos estaduais, mas também com as prefeituras”, disse. Bezerra Coelho ainda anunciou que irá criar um programa de recuperação de rebanhos assim que as chuvas retornarem.

“Nós estamos trabalhando na linha do crédito emergencial. Já ampliamos a contratação de mais de R$ 2,5 bilhões, agora estamos anunciando uma ampliação de R$ 200 milhões para que o pequeno criador, o pecuarista, possa ter acesso a crédito emergencial a juros negativos e consiga manter a sua propriedade”, concluiu.

O presidente da Amupe, José Patriota, afirmou que os prefeitos esperam que as verbas de apoio emergencial sejam suficientes para atender aos municípios.  “O drama da seca se agrava e precisamos compartilhar não só os problemas, mas também os recursos, de forma ágil e eficiente”, explicou.

G1 PE

Campos volta a afirmar que Brasil precisa de um novo pacto político

Público recebeu o governador com gritos de 'Eduardo presidente' (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Público recebeu o governador com gritos de 'Eduardo
presidente' (Foto: Katherine Coutinho / G1)

O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, voltou a afirmar nesta segunda-feira (18) que o Brasil precisa de um novo pacto político e que a desigualdade é o grande 'freio' da economia brasileira atualmente. Campos discursou por pouco mais de 20 minutos para centenas de mulheres que compareceram ao Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda, durante as comemorações do Dia da Mulher do governo, e após ser recebidos sob gritos de ‘Brasil pra frente, Eduardo presidente’.
Apesar do discurso ser voltado para as mulheres, Campos falou sobre política econômica, inflação e desigualdade social. “Transformação verdadeira não se dá ao se criar uma Secretaria da Mulher, esse é um passo. Não se dá ao chamar para compor essa secretaria nos arranjos da velha política, mas de identificar uma militante com garra. O Brasil precisa de um novo pacto social e político, porque não vamos arrancar o machismo que temos resquício na vida pública do nosso país com as velhas lideranças políticas carcomidas do Brasil, que nunca assumiram o compromisso de romper efetivamente com esses cacoetes e deformações da máquina pública”, disse o governador, reforçando que não escolhe os componentes de seu governo através de partidos.
Relembrando a eleição de 2006, quando foi escolhido governador do estado, Campos alegou saber que ainda tem muito o que ser feito, voltando ao discurso sobre a necessidade de se fazer mais, porém alfinetando adversários. “Tenho certeza de que temos muito do que fazer, tenho claro que não fizemos tudo, mas acredito que fizemos mais do que muitos  esperavam, fizemos mais que muitos tiveram a chance de fazer e não fizeram”, declarou o governador.

Embora se negue a comentar o pleito de 2014, o discurso desta segunda teve um tom eleitoral, ao ressaltar os feitos do governo, como a redução da violência contra a mulher. “Não é uma tarefa de retórica, ou de fala, é de afirmar uma nova cultura, novos valores, é romper o velho e ter a capacidade de fazer o novo, com respeito ao processo histórico, e fazer ao lado do movimento social, sem fazer como a velha política de cooptar os movimentos sociais", defendeu o governador, que também elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como um homem que conseguiu enxergar o povo, mas que, apesar dos avanços, ainda é preciso fazer mais para melhorar as condições de vida dos brasileiros. "As desigualdades continuam ainda hoje sendo o grande freio da nossa sociedade", afirmou.

Katherine Coutinho-G1 PE