domingo, 27 de janeiro de 2013

Banco de Multitecidos de Pernambuco doa estoque de pele para vítimas do Rio Grande do Sul

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Depois da tragédia que aconteceu em uma boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em que um incêndio deixou mais de 200 mortos, além de feridos, o Banco de Multitecidos do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) resolveu doar os 2.500 centímetros de pele que tem em estoque para auxiliar no tratamento dos queimados. De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes do banco, Noemy Gomes, a expectativa é que a pele siga em um voo na madrugada da segunda (28).
A coordenadora conta que já entrou em contato com o banco de multitecidos do Rio Grande do Sul. "Só existem três bancos desse tipo no país, sendo um no Rio Grande do Sul, outro em São Paulo e esse aqui. Nós soubemos pela imprensa da tragédia e o responsável técnico daqui falou comigo e pediu para que entrássemos em contato com a central de transplante de lá. Ligamos e perguntamos se estavam precisando", detalha Gomes.
Com o grande número de feridos, a doação ficou acertada. "Entramos em contato com a central nacional de transplantes em Brasília para fazer o transporte. A programação é que saia em um voo às 2h [da segunda]. Vai em caixa térmica com refrigeração dentro, vai direto do aeroporto pra lá", conta a coordenadora.
Como a pele é a primeira barreira do organismo, curativos feitos com pele humana favorecem a cicatrização e ajudam a evitar infecções, ressalta a coordenadora. "A gente vai estar ajudando algumas pessoas, mas o mais importante é mostrar a importância de se doar pele. Ainda existe uma negativa muito grande das famílias quanto a doação de pele. As pessoas ainda têm um preconceito grande. Zeramos o estoque pela situação de emergência", afirma Noemy Gomes.
G1 PE

Aeronave que conduzia o governador da Paraíba fez pouso forçado


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A perícia no avião que conduzia o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), e sofreu um acidente no final da manhã desta sexta-feira (25) deve acontecer ainda esta noite. A informação foi passada pelo superintendente do Aeroporto João Suassuna, Nilson José da Silva, à reportagem da TV Paraíba. Um relatório deve ser divulgado em um prazo de 30 dias.

 O acidente aconteceu no distrito de São José da Mata, em Campina Grande. Através de nota, a Secretaria de Comunicação disse que informações preliminares apontam que houve uma falha no trem de pouso, o que obrigou o piloto a fazer um pouso forçado em um aeroclube da cidade.
Ainda de acordo com a Comunicação, quatro pessoas estavam na aeronave. Além de Ricardo Coutinho estavam o secretário-executivo do Programa de Aceleração do Crescimento, Ricardo Barbosa, o ajudante de ordens, capitão Anderson Pessoa e o piloto da aeronave. Ninguém ficou ferido no acidente.
Mapa: pouso forçado do avião do governador da Paraíba (Foto: Arte/G1)
Em entrevista a Rádio Paraíba FM, o governador Ricardo Coutinho falou sobre o susto no momento do pouso. Segundo ele, desde a decolagem já havia sentindo que a aeronave estava voando baixo e sem muita velocidade. "No Aeroclube o avião arremeteu, me parece que não baixou o trem de pouso e se arrastou por cerca de 100 metros, correndo o risco de incendiar", comentou o governador sobre o momento do pouso forçado.
O secretário Ricardo Barbosa, que também estava no avião, relatou que o impacto foi muito forte. “O avião rodopiou e fui jogado diversas vezes. O avião caiu de ‘barriga’, se o bico bate primeiro ou a asa faz o avião virar, poderia ter acontecido uma explosão. Foi tudo muito rápido”, disse o secretário.
O avião permanecerá no aeroclube de Campina Grande para ser submetido a uma vistoria e posterior emissão de laudo técnico informando a causa do incidente.
De acordo com Secom, o governador Ricardo Coutinho viajava de João Pessoa a Campina Grande nesta sexta-feira para participar da inauguração de uma Unidade de Policiamento Solidário (UPS) no bairro do Mutirão. Mesmo após o incidente, o governador cumpre a agenda normalmente.
G1 PB e TV Paraíba

CNJ inicia inspeção no TJPB com foco nos precatórios


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A Corregedoria Nacional de Justiça inicia na próxima quarta-feira uma correição no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) com foco no setor responsável pela gestão de precatórios. O trabalho foi determinado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, que estará em João Pessoa entre quarta e sexta-feira, para acompanhar os trabalhos. Entre os fatos que motivaram a correição está a ordem de repasse imediato de verba orçamentária destinada a honrar precatórios requisitórios inscritos por determinação judicial, feita pela presidência do TJPB ao governo do Estado, além de divergências sobre o montante a ser repassado.

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De acordo com o juiz Rodrigo Marques, assessor da presidência do TJPB na área de precatórios, o governo deveria repassar mensalmente mais de R$ 8 milhões, mas o valor tem sido bem menor. Ele disse que quando o CNJ refizer a conta vai dizer qual é o valor a ser repassado para precatórios. Já o procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, entende Estado nunca repassou tanto para o tribunal como no atual governo.

A correição do CNJ será feita junto às unidades administrativas da Justiça estadual de primeiro e de segundo grau. A Corregedoria vai verificar o repasse dos valores devidos pelo governo estadual para pagamento dos precatórios e o cumprimento, pelo TJPB, da ordem cronológica de pagamento, conforme prevê a Emenda Constitucional nº 62 e a Resolução n° 115 do CNJ. Ficarão responsáveis pelo trabalho o juiz auxiliar da Corregedoria, Erivaldo Ribeiro dos Santos, e o juiz do TJ de Mato Grosso José Luís Leite Lindote, membro do Comitê Nacional do Fórum Nacional de Precatórios (Fonaprec).

Francisco França - Jornal da Paraíba

‘Abre-te Sésamo’


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Pode ficar escandalizado desde já: na semana que vem, o senador Renan Calheiros deve ser eleito presidente do Senado (e, portanto, presidente do Congresso). Continue escandalizado: a menos que aconteça algo totalmente inesperado, o deputado Henrique Alves será eleito presidente da Câmara (e, portanto, o segundo na linha sucessória da Presidência da República, atrás apenas do vice-presidente Michel Temer). Aliás, se por qualquer motivo Alves não puder substituir a presidente da República, o próximo na linha sucessória será Renan.
Pode deixar de escandalizar-se. Renan e Henrique Alves, ambos do PMDB, são amplamente conhecidos pelos eleitores. Renan já teve de renunciar à Presidência do Senado, para não ser cassado, quando alguns dos assuntos que julgava particulares foram trazidos a público. Henrique Alves brigou com a própria irmã gêmea, Ana Catarina, por disputa de poder político; brigou com a ex-esposa, Mônica Azambuja, pela partilha de bens depois do divórcio (ela o acusou de subestimar o patrimônio do casal e de ter remetido irregularmente muito dinheiro ao Exterior). No caso dele, tudo já está certo: esta sua ex-esposa ─ bem como o filho de Henrique Alves ─ estão bem empregados em Brasília, na Conab, Cia. Nacional de Abastecimento, velho feudo do partido de ambos, o PMDB.
Nada disso é secreto; e, nas campanhas eleitorais, foi levantado por seus adversários. Mesmo assim, ambos foram eleitos. Então, caro eleitor, assuma a culpa: eles não chegaram lá sozinhos.
Jamais teriam êxito sem seu precioso voto.
Perguntas sem resposta
1 – Por que senadores e deputados (estaduais e federais) precisam de um carro à disposição, mais motoristas, com gasolina e manutenção por nossa conta?
2 – Imaginando que precisassem, por que a concorrência foi especificada de tal maneira que só dois modelos de automóveis podem concorrer?
3 – Por que magistrados precisam de carro oficial? Nos Estados Unidos, só o presidente da Suprema Corte tem direito a carro oficial.
4 – O prefeito de Atibaia, bela cidade de 130 mil habitantes perto de São Paulo, deve precisar de carro oficial, pois tem de viajar muito à Capital. Mas precisa de um Ford Edge importado do Canadá, de mais de R$ 130 mil? Da mesma marca, um Ford EcoSport, que custa a metade, não resolveria o problema?
5 – Pouca coisa? Some o número de parlamentares, magistrados, prefeitos, multiplique pelo preço dos carros, mais motoristas, mais despesas. É por essas e outras que o dinheiro para atividades essenciais acaba ficando curtinho.
 Me dá um dinheiro aí
Vereadores e prefeitos andaram promovendo fartos aumentos de salários nessas últimas semanas, pouco se importando com o atendimento das necessidades da população (as cidades serranas do Rio, por exemplo, continuam em ruínas desde as chuvas do ano passado, mas Suas Excelências tiveram bons aumentos).
Até aí, neste país, tudo normal. Mas o prefeito de Nova Iguaçu, RJ, o peemedebista Nelson Bornier, tripudia sobre o cidadão. Seu reajuste foi de 102,1% (algo que o caro leitor dificilmente terá obtido), e ainda disse que este tsunâmico aumento “é digno”. Completando: “É mais do que justo para quem quer fazer trabalho sério e honesto, principalmente no momento em que há gente que vive de corrupção”.
Ou seja, o corrupto só é corrupto porque ganha pouco. Marcos Valério, pobre moço, se ganhasse melhor não estaria entre os mensaleiros.
Carlos Brickmann - Augusto Nunes-Veja

Faz 67 dias que Lula foge dos jornalistas. Continuará perseguido por perguntas sem resposta sobre as bandidagens de Rose


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É preciso lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido, reitera há quase quatro anos a inscrição no alto desta página. Não se pode esquecer,  por exemplo, o caso de polícia em que Lula foi envolvido pela primeiríssima amiga Rosemary Noronha. A Polícia Federal revelou em 23 de novembro do ano passado que a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo era também dirigente da uma quadrilha infiltrada em agências reguladoras que comercializava pareceres técnicos. Passados mais de dois meses, o ex-presidente a quem Rose se referia como “meu namorado” não deu um único pio sobre o escândalo.

Faz 67 dias que Lula foge de jornalistas. Nesse período, discursou para catadores de lixo, posou para a posteridade ao lado de Sofia Loren, fez palestras sobre assuntos que ignora, assistiu ao jogo entre Santos e São Bernardo enfurnado num camarote, garantiu a uma entrevistadora da TV da Federação Paulista de Futebol que quem pratica esporte não usa droga, deu conselhos a Fernando Haddad, nomeou-se co-presidente, encontrou tempo até para mostrar que, embora não tenha lido um só livro nem saiba escrever, tem muito a ensinar a intelectuais nativos ou cucarachas. Só não falou da chanchada pornopolítica em que se meteu.
Confiante na crônica amnésia nacional, deve achar que o filme de quinta categoria vai terminar antes do fim ─ e com a vitória dos vilões. Engano. Até que recupere a voz (e crie coragem), será perseguido por perguntas sem resposta. Não são poucas. E faltam muitas, adverte o avanço das apurações da Polícia Federal e a coleta dos primeiros depoimentos pelo Ministério Público. As patifarias já descobertas sugerem que a história está em seu começo. Os inocentes não têm o que temer. Quem tem culpa no cartório não vai escapar pela trilha do silêncio.
O Brasil não pode desviar-se da trilha desmatada pelo  julgamento do mensalão. As penas impostas aos quadrilheiros pelo Supremo Tribunal Federal apontaram o caminho mais curto para a extinção de uma espécie repulsiva: o brasileiro-condenado-ainda-no-berço-à-perpétua-impunidade. Todos são iguais perante a lei, ensinaram os ministros. O ex-presidente não é mais igual que os outros. Não está acima de qualquer suspeita. Não é inimputável. Nem mesmo ao fundador do Brasil Maravilha é permitido transformar urna em tribunal e decidir que um chefe de seita absolvido pelo rebanho não tem contas a prestar à Justiça.
Apesar de tudo, apesar de tantos, o Brasil não é uma Venezuela. O Código Penal vale também para Lula.
Augusto Nunes - Veja

‘Coisa de pele’, por Dora Kramer’


PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA SEXTA-FEIRA
O vice-presidente da República e presidente de honra (?) do PMDB, Michel Temer, nesta semana falou para todo mundo ouvir que processos, denúncias e suspeições não afetam a credibilidade de Renan Calheiros como candidato à presidência do Senado.
Candidatura esta, diga-se, até agora presumida por clandestina.
Temer disse mesmo acreditar que Calheiros fará uma gestão “belíssima”, da qual sairá enaltecido, redimido de todos os pecados caso se conduza de maneira “correta, adequada”.
Isso em público, situação em que não traduz o que entende por correção e adequação.
No particular, contudo, o vice-presidente tem sido mais claro sobre as razões pelas quais, na sua visão, o companheiro de partido vai se cobrir de glórias apesar de todos os pesares.
O êxito, segundo argumenta para desestimular candidaturas alternativas tanto no Senado quanto na Câmara onde o atual líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, carrega passivo semelhante, decorrerá justamente dos pesares.
Na interpretação dele, exposta em conversas cujos interlocutores pedem reserva para não entrar em atrito com Temer, as denúncias não os prejudicam. Internamente, ao contrário, criam uma espécie de identificação com os que vivem ou poderiam vir a viver situações parecidas.
Ou seja, a maioria estaria disposta a eleger representantes que conhecem e sentem na pele “o problema”. Assim, teriam mais chance de ser “compreendidos” quando, e se, a adversidade batesse à porta.
Os presidentes da Câmara e do Senado, como se sabe, têm um poder enorme. Podem influenciar na criação de CPIs, na abertura de processos por quebra de decoro, funcionar como advogados de defesa de seus pares junto à opinião pública e dar por encerrados assuntos inconvenientes.
Por essas e várias outras, o prestígio da presidente da República e do Supremo está nas alturas enquanto o Legislativo se afunda na má fama.
Primeira pedra ─  O colégio de líderes partidários para a sessão legislativa que se inicia em fevereiro não será composto, como na passada, de ilustres desconhecidos. Deve ter Anthony Garotinho no comando do PR, Eduardo Cunha à frente do PMDB e José Guimarães (ex-chefe do assessor flagrado em aeroporto com dólares escondidos na roupa de baixo) na liderança do PT. A notoriedade das excelências não decorre de imaculada reputação, é fato. Mas, moral para criticá-los quem há de ter?
Se a dita maior liderança política de todos os tempos apadrinha gente infratora (de Rose a ministros demitidos por envolvimento em denúncias), tenta induzir voto de ministro do STF, acha que os condenados do mensalão “não têm do que se envergonhar”, a trinca acima citada está dentro do padrão e, portanto, apta para liderar.
União estável ─  As invasões dos sem terra já não alcançam a repercussão de antes nem causam grandes preocupações. Basta ver a reação à ocupação das dependências do Instituto Lula, em São Paulo, para reivindicar qualquer coisa em busca de um protagonismo há muito perdido.
Assessores mandaram dizer que o ex-presidente ficou “chateado”, quando seria de se esperar algo mais por se tratar de flagrante atentado à lei.
Mas, aceitemos que tal indiferença seja proposital para evidenciar a perda de importância dos atos da turma de Stédile e companhia. O governo do PT, em seu descaso para com atos dessa natureza, conseguiu esvaziar o movimento.
Consolidou, contudo, duas situações nefastas: os danos concretos aos donos de propriedades invadidas – cujos prejuízos vão mais além da mera “chateação” ─ e a legalização da ilegalidade.

Procuradoria envia a STF denúncia contra Renan Calheiros


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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou denúncia contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Calheiros é acusado de ter apresentado notas fiscais frias para justificar seu patrimônio. A acusação foi entregue na sexta-feira, mas o escritório de Gurgel não quis dar detalhes do caso, porque o inquérito está sob segredo de Justiça.
No caso de a denúncia da Procuradoria ser aceita, Calheiros se tornará réu em processo do STF. O caso tramita desde 2007, ano em que Calheiros renunciou à presidência do Senado, evitando perder o mandato. Este ano, o senador tenta novamente ser eleito presidente da Casa.
Em nota, o senador criticou o envio da denúncia ao STF.
Veja e agência EFE

Abaixo-assinado pede ficha limpa na presidência do Senado


Um abaixo-assinado na internet reúne assinaturas contra a recondução de Renan Calheiros à presidência do Senado. Criado na quinta-feira pela ONG Rio de Paz e com apoio do Movimento 31 de Julho – que organizou atos contra a corrupção e a votação que elegeu Lula o político mais corrupto do Brasil – o protesto teve, até a manhã desta sexta-feira, 3.000 adesões.
O texto criado pela Rio de Paz afirma que “a articulação para a volta de Renan Calheiros à presidência do Senado é um tapa na cara da sociedade brasileira e mais um passo das lideranças políticas que hoje controlam o Congresso Nacional para a desmoralização do Parlamento. Graves denúncias pesam sobre a vida política de Renan e é inaceitável que ele retome um dos mais altos postos da República antes que tudo seja esclarecido. O Senado não pode continuar sendo dirigido por representantes de oligarquias políticas atrasadas e cruéis, que se apropriam em benefício próprio da riqueza do país e do fruto do trabalho do povo”.
Veja

Dilma abre a torneira para a farra dos aeroportos regionais


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Em um país sério, qualquer plano de investimentos elaborado pela Presidência da República que envolva a participação de estados, municípios e empresas privadas é amplamente discutido e ajustado com as partes envolvidas, antes de ser divulgado. A sensatez nos gastos públicos dita que o dinheiro da população não pode ser despejado a rodo em obras de infraestrutura que correm o risco de se tornar inúteis. Mas não no Brasil. Exemplo de tal prática é o pacote de investimentos no setor aeroportuário anunciado pela presidente Dilma Rousseff pouco antes do Natal. O plano prevê o aporte de 7,3 bilhões de reais em recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) para turbinar 270 aeroportos pequenos, que servem cidades com população inferior a um milhão de habitantes. Um olhar mais detalhado sobre o projeto descortina erros e indícios de mau planejamento. Há cidades pequenas, com menos de 100 mil habitantes, que receberão recursos para reformar seus aeroportos – e que ficam separadas por distâncias inferiores a 50 quilômetros de outros municípios também beneficiados pelo pacote do governo.

A distância mínima sugerida entre dois aeroportos em áreas que possuem demanda média de passageiros é de 100 quilômetros, segundo normas da Comissão Europeia que são adotadas por grande parte dos países. Em locais de difícil acesso rodoviário, sem pavimento ou estradas, o regulamento europeu admite uma distância de 75 quilômetros. Porém, no plano elaborado pelo governo, municípios de pouca relevância econômica e próximos de metrópoles já servidas por grandes aeroportos passarão a ter aeródromos aptos à operação de voos regulares. A expectativa do Palácio do Planalto é de que a existência de um aeroporto seja suficiente para trazer desenvolvimento a regiões carentes de infraestrutura. “Efetuamos uma análise de cobertura territorial para mais de 94% da população brasileira. Fizemos consultas ao Ministério do Turismo, IBGE, governo e empresas aéreas. O objetivo é beneficiar a população”, afirmou o secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil (a SAC), Guilherme Ramalho.

Contudo, as coisas não ocorreram exatamente assim. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão que regula o setor e dispõe de conhecimento técnico para abastecer a SAC, sequer participou da elaboração do plano. As companhias aéreas foram avisadas menos de uma semana antes da divulgação do pacote. Elas foram chamadas a Brasília para uma reunião com membros da Casa Civil, da SAC e, em alguns casos, até mesmo com a presença do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin – que tem funcionado como uma espécie de “banqueiro” do Palácio do Planalto, financiando a maior parte dos pacotes de bondades da gestão petista. Durante a reunião, as empresas apenas ouviram dos interlocutores da presidente que haveria um pacote para estimular a aviação regional. Seus executivos não foram convidados a opinar, dar contribuições ou manifestar qualquer interesse nos destinos que seriam beneficiados pelo governo. “O governo não pré-define rotas. Vamos prover infraestrutura para que elas sejam criadas. O plano é fomentar voos para localidades ainda não atendidas”, afirmou Ramalho.

O governo sustenta a tese de que a descentralização da economia garantirá o sucesso dos aeroportos. A crença no fato de empresas migrarem dos grandes centros em direção a cidades médias em busca de mão de obra barata e menores custos é o argumento utilizado para explicar a escolha de cidades como Lages, em Santa Catarina, como destino de recursos do pacote. Com cerca de 160 mil habitantes, o município está a 32,8 quilômetros de distância de Correia Pinto – outro local que receberá dinheiro público para seu aeródromo. Correia Pinto tem 14 mil habitantes. “Essa tese do desenvolvimento regional é uma falácia. É como se o deslocamento dos investimentos para cidades de porte médio e pequeno fizesse com que os aeroportos, da noite para o dia, se tornassem estruturas essenciais”, afirma um interlocutor do governo que preferiu não ter seu nome citado. 

O site de VEJA conversou com funcionários de órgãos envolvidos na elaboração do plano – e, mesmo dentro governo, poucas são as vozes que não têm restrições ao pacote. “Essas medidas ignoram aspectos técnicos. É como distribuir uma infinidade de impressoras sem a menor garantia de que haja cartuchos para que elas sejam usadas. É a ideologia que se sobrepõe à razão”, afirmou uma das fontes. O governo parece desconsiderar que, depois de prontos, tais aeroportos terão de ser geridos por prefeituras e estados – e poderão se converter em fardo, caso não sejam lucrativos. “A construção ou reforma de um aeroporto é o menor problema. O mais caro é a manutenção e a operação. Se o plano não prevê um aeroporto que se sustente, alguém tem de pagar essa conta”, afirma o consultor de aviação João Eduardo Tabalipa.

O governo de Minas Gerais, que desde 2003 executa seu próprio programa aeroportuário (o ProAero), destacou que alguns aeroportos contidos no pacote do governo federal já estão sendo ampliados ou reformados pelo estado – o que mostra o nível superficial de conversas entre as duas esferas na elaboração do plano. Há cerca de duas semanas, o governador Antonio Anastasia (PSDB-MG) anunciou mais 235 milhões de reais para o ProAero e ainda afirmou que tentará ajustar melhor a lista de aeroportos mineiros que constam no pacote. A ideia é direcionar os recursos liberados pelo Fnac para aeródromos que não estejam sendo reformados pelo programa estadual de investimentos.

O governo federal ainda não detalhou como tornará os aeroportos atrativos para as companhias aéreas nacionais. Afirmou, sem dar muitos detalhes, que subsidiará tarifas aeroportuárias e, até mesmo, assentos em voos, como forma de incentivá-las. João Eduardo Tabalipa se junta ao outros especialistas do setor que enxergam a medida como uma forma de protecionismo que poderá, em vez de beneficiar, dizimar as empresas de aviação. “Muitos acreditam que as companhias aéreas brasileiras, como a Varig, não sobreviveram justamente por causa disso. Havia a obrigatoriedade de ter rotas regionais e os subsídios prometidos nem sempre chegavam”.


Ana Clara Costa - Veja

Salários de prefeitos têm aumento em 12 capitais do país; veja lista


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Os salários de 12 dos 26 prefeitos das capitais do país aumentaram em 2013. É o que mostra levantamento feito por jornalistas do G1 pelo Brasil*. A remuneração paga aos prefeitos é fixada pela Câmara Municipal de cada cidade.
O maior reajuste em relação a 2012 foi registrado em Salvador (BA), onde o prefeito ACM Neto (DEM) recebe R$ 18.038,10, valor 73,4% superior ao salário de R$ 10.400 do ano passado.
As outras capitais que aumentaram os rendimentos de prefeitos foram Florianópolis (52,3%), Natal (42,8%), Aracaju (40,3%), Campo Grande (36%), Teresina (27,9%), Porto Velho (27,1%), Vitória (24,6%), Belo Horizonte (22,8%), João Pessoa (22,2%), Macapá (13,2%) e Belém (12,7%).
A assessoria de imprensa do prefeito ACM Neto informa que, "apesar do aumento, aprovado no ano passado, ele ainda tem um dos menores salários do país". Para o atual presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Câmara (PSDB), embora seja constitucional, o aumento foge do padrão. "Deveria haver um procedimento legal para corrigir o salário. Isso não vai mudar enquanto não houver mudança na Constituição."
Curitiba tem o maior salário para prefeito
O maior valor bruto é de R$ 26.723,13, recebido em Curitiba (PR) por Gustavo Fruet (PDT) – igual ao teto nacional do subsídio dos servidores, que tem como referência o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em seguida estão os salários de Edivaldo Holanda Júnior (PTC), prefeito de São Luís (MA), que recebe R$ 25 mil, e de Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo (SP), que ganha R$ 24.117,62.
O menor é de R$ 13.964,94, pago no Rio de Janeiro (RJ) ao prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Em Curitiba, Fruet fez um anúncio se comprometendo a doar 30% do que recebe a uma entidade ligada à Igreja Católica. Em Belo Horizonte, o reeleito Márcio Lacerda (PSB) diz que devolve parte do salário, no valor de R$ 4.350.
As prefeituras informaram que não há benefícios no cargo, visto que a lei veta remuneração acima do teto fixado pelas assembleias.
Salários pagos aos prefeitos das capitais brasileiras, conforme dados das prefeituras:
Capital
Salário em 2013*
Aumento (em %)
Curitiba
R$ 26.723,13
São Luís
R$ 25.000
São Paulo
R$ 24.117,62
Aracaju
R$ 24.000
40,3%
Belo Horizonte
R$ 23.430,24
22,8%
Florianópolis
R$ 22.292,35
52,3%
João Pessoa
R$ 22.000
22,2%
Porto Velho
R$ 21.000
27,1%
Campo Grande
R$ 20.409
36%
Maceió
R$ 20.000
Natal
R$ 20.000
42,8%
Palmas
R$ 19.040
Macapá
R$ 19.249,08
13,2%
Goiânia
R$ 18.460
Vitória
R$ 18.400
24,6%
Belém
R$ 18.038,11
12,7%
Salvador
R$ 18.038,10
73,4%
Manaus
R$ 18.000
Teresina
R$ 16.574,02
27,9%
Rio Branco
R$ 16.437,40
Fortaleza
R$ 15.891,83
Porto Alegre
R$ 15.503,58
Boa Vista
R$ 15.000
Recife
R$ 14.635
Cuiabá
R$ 14.300
Rio de Janeiro
R$ 13.964,94
*Valores da remuneração bruta, sem os descontos, fornecidos pelas prefeituras
* A*apuração das informações para esta reportagem foi feita por jornalistas de: G1 AL, G1 AM, G1 BA, G1 CE, G1 ES, G1 GO, G1 MA, G1 MT, G1 MS, G1 MG, G1 PR, G1 PB, G1 PA, G1 PE, G1 PI, G1 RJ, G1 RN, G1 RS, G1 RO, G1 SC, G1 SE e G1 SP.

Governo pretende criar mais sete unidades de policiamento na PB


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A primeira Unidade de Policiamento Solidário (UPS) de Campina Grande foi inaugurada na manhã desta sexta-feira (25), no bairro do Mutirão. De acordo com o secretário de Segurança e Defesa Social (Seds), Cláudio Lima, outras sete unidades devem ser construídas na Paraíba.
De acordo com o comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, o posto recém-inaugurado em Campina Grande contará com 18 homens realizando policiamento efetivo 24h.
A instalação em Campina Grande deve dar início ao projeto de pacificação na região onde um policial militar foi morto no ano passado. Nos próximos 60 dias, mais uma unidade deverá ser entregue no bairro do Pedregal, onde uma chacina deixou cinco mortos em 2011. Segundo Claudio Lima, são estudados ainda projetos de implantação a médio e longo prazo nos bairros das Malvinas e Bodocongó.
Os estudos da Seds e da Polícia Militar preveem ainda implantação de unidades de policiamento solidário nos municípios de Guarabira, no Brejo, Cajazeiras e Patos, no Sertão, e Santa Rita, no Litoral paraibano. Todas as instalações devem acontecer em locais que, segundo o secretário, precisam de maior atenção do policiamento. "São locais que foram abandonados à mercê da criminalidade, seja pelo descaso da iniciativa privada seja pelo poder público", afirmou Cláudio Lima.
G1 PB