segunda-feira, 28 de maio de 2012

Senado aprova fim de 14º e 15º salários para parlamentares


O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto de decreto legislativo do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) que acaba com a farra dos salários extras, os 14º e 15º salários para parlamentares. Mas não foi fácil. Os senadores acabaram com os privilégios pressionados pela opinião pública e durante o processo alguns mais irados manifestaram sua contrariedade, uns alegando que no Brasil os parlamentares ganham muito pouco e outros reclamando que é duro viver com R$ 19 mil líquidos, descontados os impostos.
Na mesma sessão, foi aprovada também a redução da cota de combustíveis a que cada senador tem direito dos atuais 25 litros para 10 litros de gasolina ou 14 litros de álcool .
Pela regra atual, deputado e senador recebe dois salários extras de R$ 26,7 mil no inicio e fim de cada ano, além do 13º salário. Agora, com o fim da "ajuda de custo", os parlamentares voltam a ter apenas um salário extra no início e no fim dos mandatos, para fazer sua mudança para Brasília e de volta para o estado de origem
O senador Ivo Cassol (PP-RO), que tentou atrasar a votação da matéria nas comissões técnicas , foi um dos que reclamou que senador é muito mal remunerado e precisa ter uma folga para comprar uma passagem ou remédios para eleitores. Mas a revolta maior foi manifestada pelo senador Cyro Miranda (PSDB-GO). Ele disse que não vive do salário de senador e tem pena daqueles que são obrigados a viver com R$ 19 mil líquidos com a estrutura que tem em Brasília. Mas além do salário de R$ 26,7 mil, somando tudo, salário, verba indenizatória e todos os recursos de suporte a um senador, esse valor chega a R$ 170 mil por mês.
O beneficio do salário extra foi introduzido no parlamento pela primeira vez em 1948 e vem sendo mudado desde então, com a inclusão de novos privilégios.
- Fui atrás da história. O procedimento naquela época se justificava porque os parlamentares se mudavam para o Rio com suas famílias e passavam todo o ano no Rio. Hoje, sabemos que a coisa não acontece dessa forma, voltamos todas as semanas para os estados - disse Lindbergh, para justificar o fim dos salários extras a cada inicio e fim de ano.


O Globo

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