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A Venezuela cancelou a cúpula dos países da América Latina e Caribe que seria realizada na próxima semana, em Isla Margarita, por causa da saúde do presidente Hugo Chávez.
O governo brasileiro confirmou nesta quarta-feira, durante a 41º cúpula de presidentes do Mercosul, em Assunção, que recebeu da diplomacia da Venezuela a informação de que o evento foi suspenso.
De acordo com Itamaraty e Presidência da República, não houve uma justificativa oficial para o cancelamento. Mas nem precisava. Hugo Chávez, 56, está desde a primeira semana deste mês em Cuba. Ele foi submetido a uma cirurgia pélvica e segue em tratamento médico. Essas informações foram divulgadas pelos governos de Cuba e Venezuela, que mantêm sob total hermetismo o real estado de saúde do venezuelano.
O cancelamento da cúpula aumenta ainda mais as especulações de que Hugo Chávez padeceria de uma grave doença. Segundo jornais venezuelanos, o presidente do país estaria com um câncer terminal.
Mais cedo, em conversas com jornalistas, o ministro Marco Aurélio Garcia, assessor de política externa da Presidência da República, havia dito que Chávez voltaria à Venezuela, na próxima semana, para participar da Cúpula da América Latina e Caribe sobre Integração e Desenvolvimento. "A informação que recebemos do governo venezuelano é que está tudo mantido, inclusive com a presença dele", disse Garcia.
Horas depois, contudo, as autoridades brasileiras receberam a informação do governo venezuelano de que o evento foi cancelado.
EMBAIXADOR DA VENEZUELA
O embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Sanchez, confirmou o cancelamento nesta quarta-feira. De acordo com o embaixador, ainda não há uma nova data para a reunião.
Segundo Sanchez, na segunda- feira (27), o chanceler Antônio Patriota telefonou para Sanchez para obter informações sobre a saúde de Chávez e desejar uma pronta recuperação ao líder venezuelano. No telefonema, ele também agradeceu o voto da Venezuela ao Graziano.
A cirurgia à qual Chávez foi submetido em Cuba em 10 de junho e seu desaparecimento das vistas públicas vêm agitando a Venezuela, que é um país politicamente polarizado, membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e com 29 milhões de habitantes.
O governo diz que ele foi submetido a uma cirurgia devido a um abscesso na pelve e que está se recuperando bem. Mas não forneceu maiores detalhes médicos, nem informou uma data clara para seu retorno ao país.
Rumores incluem desde uma possível tentativa de tomada do poder pelo irmão do presidente até o retorno deste até o próximo final da semana.
VÍDEO
Com o objetivo de transmitir "tranquilidade ao povo da Venezuela", a TV estatal venezuelana exibiu ontem o primeiro vídeo de Chávez desde que ele foi submetido, segundo o governo, a uma cirurgia pélvica no dia 10, em Havana.
A edição de poucos minutos continha fotos e imagens. Numa das fotografias, Chávez, 56, bastante mais magro, aparece ao lado do mentor e aliado político, Fidel Castro, segurando uma edição do diário oficial de Cuba, o "Granma", supostamente desta terça-feira.
Nesta terça, o colunista do jornal venezuelano "El Universal" Nelson Bocaranda voltou a cravar que o presidente sofre de câncer. "Chávez deprimido caminha com duas sondas", escreveu ele no Twitter.
No final de semana, o jornal de "El Nuevo Herald", de Miami, publicou reportagem afirmando que Chávez está em estado crítico, citando "fontes de inteligência" americanas.
A oposição cobra o fim do "apagão informativo" sobre a saúde e a data de retorno de Chávez.
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